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Os 'sem-carro'entram no foco das construtoras em São Paulo

Deborah. Jovem pedala cerca de 20 minutos para ir ao trabalho (Arquivo pessoal)

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GUSTAVO COLTRI

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A designer mineira Deborah Grandinetti, de 23 anos, adora dirigir, mas nem sequer pensou em ter um automóvel desde que se mudou para São Paulo, no ano passado. "É um absurdo o tempo que se perde no trânsito aqui. Até brinco que motorista belo-horizontino não duraria um dia em São Paulo sem ter um colapso nervoso", diz a jovem.

Moradora de Pinheiros, ela demora cerca de 20 minutos para chegar ao trabalho de bicicleta, embora não descarte ônibus, metrô ou táxi de acordo com o tempo disponível e o clima na cidade. "Morar próximo ao trabalho ajuda muito, mas vital mesmo é estar perto de pontos de acesso ao transporte público."

A localização é uma das soluções encontradas pelo mercado imobiliário para seduzir potenciais consumidores como Deborah, que não querem encarar os desafios do tráfego na cidade. A incorporadora Setin, por exemplo, deve lançar em agosto um edifício de unidades compactas em frente à Praça da Republica, no Centro, servida de amplas opções de transporte coletivo.

"Vamos fazer também um bicicletário no empreendimento, mas para fora, com acesso à rua, bem parecido com o que já existe em alguns pontos da cidade patrocinado por um banco", diz o diretor comercial da empresa, João Mendes. De 215 unidades previstas no pré-lançamento, 25 não terão vagas de garagem.

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Outros empreendimentos, como o Add Berrini, da Incorporadora Trisul, dedicam um espaço exclusivamente para a manutenção das bicicletas, os chamados pedal centers. As empresas costumam equipar esses espaços com uma série de utensílios úteis para os ciclistas cuidarem de suas respectivas magrelas.

Outros lançamentos aproveitam a infraestrutura urbana e estimulam a conexão com as ciclovias. Caso, por exemplo, dos lançamento Somma, da Even, com unidades de quatro dormitórios na região do Brooklin, onde um percurso de 15 quilômetros foi inaugurado em 2011.

 

 Foto: Estadão

Comerciais. A onda de bicicletas invadiu também os corporativos. O edifício Alvino Slaviero, da Incorporadora Brasilincorp, e com previsão de entrega para este mês, reservou dez vagas para os veículos não motorizados. "Fizemos vestiários masculino e feminino, com chuveiro e armário. E já previmos uma área para a ampliação do espaço do bicicletário", diz o diretor geral da empresa, Flávio Slaviero. O condomínio está equipado ainda com tomadas nas garagens para alimentação de veículos elétricos.

Essa solução também é empregada nos condomínios da Vitacon, que não se restringe ao básico. Além dos espaços para as bicicletas - sejam elas de privadas ou coletivas -, os residenciais da empresa, como o V_X Change Jardins, possuem vagas exclusivas para a ocupação permanente de carros compartilhados.

O car sharing é um serviço de locação por hora dos veículos, viabilizado graças a uma parceria da incorporadora com uma empresa especializada. "Estamos firmando também um acordo com uma companhia que realiza uma espécie de fretamento: em alguns horários, ela fará o trajeto do condomínio ao metrô", diz o CEO da empresa, Alexandre Lafer. Os serviços serão oferecidos na opção pay-per-use.

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A proximidade com a rede metroviária é uma especial diretriz para os projetos compactos da Vitacon. "Sempre priorizamos o uso reverso da área. Se ela é comercial, lançamos um residencial. Isso evita grandes deslocamentos."

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