EDILAINE FELIX
Vagas pequenas, insuficientes para a quantidade de carros dos prédios, veículos cada dia maiores. A combinação desses fatores ocasiona em riscos, arranhões, batidas e invasão da vaga do vizinho. Para enfrentar esses problemas os edifícios devem encontrar saídas para evitar que a garagem se transforme em um campo de batalha.
Mesmo reconhecendo as dificuldades para agradar a todos os moradores, a gerente geral de atendimento do Grupo Itambé, Vania dal Maso, acredita que seja possível minimizar os problemas neste espaço.
"As garagens tem metragens diferentes, por isso é preciso pensar qual é a melhor alternativa para cada condomínio. É possível desde contratar um arquiteto para redimensionar os espaços das vagas até também ter uma empresa de valet, com manobrista", diz.
Vania lembra que em qualquer dos casos é preciso avaliar os custos envolvidos, levar o assunto para ser discutido em assembleia e incluir a decisão na convenção do condomínio.
Para a gerente da Itambé, a contratação de um arquiteto para mapear e saber o que pode ser feito para melhorar o espaço da garagem é uma alternativa positiva. "O uso de valet também é muito bom, as empresas fazem estudos para avaliar a viabilidade do trabalho, mas é um serviço caro", diz Vania.
O diretor comercial da BestPark, empresa de gestão de garagens e estacionamentos, Jorge Abibi Filho, diz que serviço de manobristas em condomínios residenciais ainda não é tão comum, mas aguça a curiosidade dos edifícios.
"Tem procura, mas ainda não explodiu. Os moradores gostam de ter comodidade e praticidade, sem preocupar-se com os problemas tão comuns de garagens, como arranhar o carro ao lado, porque a vaga é pequena."
Segundo Abibi Filho, devido ao custo alto, o serviço é mais comum em edifícios de alto padrão. "O valor para ter um manobrista em um condomínio de 100 unidades fica entre R$ 15 mil e R$ 20 mil', conta.
A arquiteta Cleide Yusuf é especialista em remanejamento de vagas de garagem. Há 17 anos no ramo, ela trabalha com construtoras e administradores de condomínios realizando projetos arquitetônicos para estacionamentos.
Cleide conta que é contratada para resolver problemas de vagas presas, carros grandes para vagas pequenas e também para projetar uma garagem ideal. Ela também avalia a alocação dos carros nos 5% de vagas grandes, tão disputadas nos prédios.
"Analiso o estacionamento e depois elaboro um projeto de acordo com a necessidade dos moradores do condomínio." A arquiteta conta que, após o projeto, muitas vezes ela é chamada para realizar o sorteio das vagas da garagem, pensando nos espaços de acordo com o carro do condômino.
Cleide diz que é preciso pensar nos espaços de manobra, nas vagas presas, se é necessário ou não a contratação de manobristas e onde devem estar as vagas dos carros maiores. "Tudo deve ser feito para otimizar a garagem, deixando o espaço mais harmônico", diz.
Legislação. O Código de Obras e Edificações de São Paulo (COE - Lei 11.228, de 25 de junho de 1992), regulamenta os estacionamentos de uso particular e coletivo das edificações residenciais. Segundo o código, as vagas de garagem devem ser dimensionadas de acordo com o tipo de veículo.
Os carros de grande porte devem ter 5% do total das vagas reservadas, 45% das vagas são para os veículos de médio porte e 50% para os de pequeno porte.
O tamanho da vaga também está definido na lei. Para autos pequenos a vaga deve medir 2,10 metros de altura, por 2,10m de largura, por 4,20m de comprimento. Veículos médios devem ter 2,10 metros de largura e de altura, por 4,70 de comprimento. E veículos grandes exigem 2,30m de altura, por 2,50m de largura por 5,50 m de comprimento. O COE define, ainda, que os estacionamentos privativos de até 100 vagas devem destinar 10% das vagas para motocicletas. Já as garagens com mais de 100 vagas devem contar com 10% de vagas para motos e 1% para deficientes físicos.
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