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Animada com a economia, bolsa deve ser a mais rentável em 2019

(*) Com Tom Morooka

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Por Regina Pitoscia
Atualização:

Faltando apenas uma semana para o fim do mês, a Bolsa de Valores de São Paulo ou B3 acumula valorização de 6,36% em dezembro, até agora, dos quais 2,27% apenas na última semana. O mercado de ações está nadando de braçadas, a caminho de consolidar sua condição de investimento mais rentável, tanto em dezembro como no ano de 2019.

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Animada com dados que pipocam aqui e acolá sinalizando a tão aguardada retomada do crescimento econômico, a Bolsa de Valores de São Paulo bate seguidos recordes nominais de alta que alçaram o Ibovespa (Índice Bovespa, o principal índice da B3) acima de 115 mil pontos.

Esse recorde é considerado nominal, e não real, porque, descontada a inflação, o Ibovespa está longe do patamar alcançado em 2006, quando o País foi contemplado com o selo de bom pagador (up grade) pela agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P).

A expectativa de recuperação econômica é a força que move, ainda que sem grande alarde, o mercado de ações, de acordo com os especialistas em bolsa de valores. E a aposta no aumento do consumo, que a retomada de atividade tende a estimular com mais força, tem aumentado a procura e colocado as ações ligadas ao consumo, como a de varejistas, e a construtoras dentre as de maior valorização no mercado.

Um dos sinais recentes de que a economia está ganhando mais tração, fator que animou o mercado, foram os dados que apontam forte aumento na criação de vagas de trabalho em novembro, fato que pavimentou o caminho do Ibovespa rumo aos 115 mil pontos.

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São fatos pontuais que dão gás à bolsa de valores, sustentada pelas compras de investidores pessoas físicas que continuam migrando da renda fixa para a renda variável, sobretudo para ações, em uma estratégia de diversificação de investimentos que possibilite ganhos maiores que a renda fixa - um segmento que, além de remunerar com rendimento nominal baixo, teve a rentabilidade atropelada pelo repique da inflação.

O mercado de ações, de acordo com especialistas, tende a seguir nessa toada, à espera do ano novo, que para os mais otimistas deve chegar com sinais revigorados de um crescimento econômico mais alentador e, com essa perspectiva, a volta do investidor estrangeiro às compras de ações no mercado doméstico.

A trajetória na bolsa de valores segue pautada por um equilíbrio de forças em que as baixas têm sido suaves em relação a altas estimuladas por algum fato novo, tanto local como internacional.

Uma classe de ações que os analistas destacam, nesse movimento, são as de small caps, cujo índice, o Índice Small Cap, acumula valorização superior a 50% no ano, bastante acima da alta de 31% do Ibovespa. Significa que quem apostou em ações de empresas de menor capitalização mais negociadas no mercado, dentre as quais se incluem as ligadas ao varejo, estão obtendo valorização superior ao do Ibovespa.

Na avaliação dos analistas de mercado, as ações da classe de small caps tendem a continuar brilhando no próximo ano, à medida que se forem confirmando e fortalecendo os sinais de retomada da economia.

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Dólar

A moeda americana passou a semana zanzando no intervalo entre R$ 4,05 e R$ 4,10, acumulando baixa residual de 0,49% no fim do período. No mês, acumula desvalorização de 3,54% e, no ano, uma alta de 5,68%.

Especialistas comentam que o dólar resistirá por algum tempo ainda em torno de R$ 4,10, antes de vir para um patamar mais baixo, sem perspectiva, contudo, de que mergulhe abaixo de R$ 4 no curto prazo. A menos que ocorra algum fato novo no cenário internacional que agrave as incertezas com a perspectiva econômica global, o empurraria para cima as cotações.

Inflação em alta

A aceleração dos preços da carne pode ter impulsionado a inflação oficial de dezembro acima de 1%. A indicação foi dada pelo IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15) deste mês, considerado uma prévia da inflação oficial. Calculado e divulgado pelo IBGE na última sexta-feira, o IPCA-15 deste mês cravou 1,05%, após uma alta de apenas 0,14% em novembro.

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Com o resultado deste mês, o IPCA-15 passou a acumular uma variação de 3,91% em 2019 e de 2,67% nos últimos 12 meses. O IPCA de dezembro, considerado índice medidor da inflação oficial, será conhecido apenas na segunda semana de janeiro do próximo ano.

O que deve ser considerado é que o atual soluço da inflação é considerado por especialistas como fenômeno temporário, passageiro, provocado pela disparada dos preços da carne, por causa do aumento de exportações para a China, que sofre escassez do produto por causa da peste suína africana.

A expectativa é que, superada a fase maior pressão de demanda, os preços voltem a acomodar-se em níveis anteriores e a inflação retorne a seu canal de normalidade. Essa é uma das vantagens de uma economia sem a camisa de força da indexação, mecanismo em que os preços futuros são automaticamente corrigidos pela inflação passada, pelo repasse automático dessa inflação aos preços, como ocorria nos tempos de hiperinflação das décadas de 1980 e início da de 1990.

 

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