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Bolsa líder em julho; juro deve cair esta semana

(*) Com Tom Morooka

Por Regina Pitoscia
Atualização:

Em trajetória de recuperação, a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, fechou julho na condição de aplicação mais rentável do mês, com valorização acumulada de 8,27%. De tabela, emplacou o terceiro mês consecutivo na liderança da corrida de investimentos.

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O segundo lugar do ranking foi sustentado por outra aplicação de renda variável, o ouro, com valorização de 5,80%, favorecido pelo ambiente de incertezas que continuam predominando nos mercados global e local.

O persistente cenário de incertezas, principalmente com a evolução do coronavírus e os efeitos da pandemia sobre a atividade econômica, não impediu o avanço da bolsa de valores, ainda que em ambiente de grande volatilidade.

Os mercados se animaram e aproveitaram sinais de recuperação gradual da economia em alguns países centrais, segundo o administrador de investimentos Fabio Colombo. A B3 pegou carona em notícias internacionais positivas, para dar continuidade à recuperação, estimulada também por fatores domésticos e pela migração de investidores novatos da renda fixa para a variável, especialmente para ações.

No cenário interno, Colombo diz que, embora o coronavírus não dê trégua e a curva de crescimento da pandemia continue em alta, deu certo ânimo ao mercado de ações a aproximação do presidente Jair Bolsonaro com os políticos do Centrão, o que ampliaria a base de apoio parlamentar ao governo no Congresso.

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O humor dos investidores, acredita Colombo, melhorou também com a retomada das propostas de reforma tributária, a partir do envio de parte do projeto do governo e a promessa do ministro Paulo Guedes, da Economia, de que a parte que falta seguirá ao Congresso em agosto. Outro fator de certo alento, aponta, são as projeções que indicam uma queda menor da atividade econômica em relação à incialmente prevista.

Confira quanto renderam as aplicações em julho, de acordo com os dados calculados pelo administrador de investimentos Fabio Colombo:

Aplicação                                      Rendimento

1º - Bolsa de Valores                          8,27%

2º - Ouro                                              5,80%

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3º - IGP-M                                            2,23%

4º - Euro                                               0,57%

5º - Títulos IPCA  0,36% a 0,46%*

6º - IPCA  0,37%**

7º - Fundos de renda fixa 0,24% a 0,34%***

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8º - Fundos DI  0,18% a 0,28%***

9º - CDB 0,13% a 0,23%***

10º - Caderneta                                   0,13%

11º - Dólar -4,09%

Obs.: * indicativo

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** estimativa

*** média

Perspectiva

O comportamento positivo e de recuperação da Bolsa de Valores de São Paulo, que já compensou mais de 60% das perdas que amargou quando mergulhou ao piso em 23 de março, não significa que o pior da crise provocada pela pandemia ficou para trás, avaliam especialistas e profissionais do mercado.

Efeitos colaterais da pandemia, alertam, virão ainda sobre a economia, dos quais a principal dúvida é sobre a capacidade de recuperação rápida da economia, além de incertezas sobre a evolução das contas públicas, em um quadro de rombo fiscal fragilizado pelos gastos do governo no socorro às famílias e empresas.

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A dificuldade da B3 de avançar além de 105 mil pontos, após consolidar o patamar de 100 mil, expressaria esse sentimento de preocupação dos investidores. A expectativa, contudo, é que a bolsa de valores siga sua trajetória para níveis mais elevados, com altas pontuais em reação a fatos positivos, ainda que em ambiente de elevada volatilidade e turbulência pelo caminho.

 Rumo dos juros

O destino da Selic será decidido pelo Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central (BC), na quarta-feira, dia 5, no término da reunião de dois dias que começa na terça.

A menos que ocorra uma surpresa de última hora, a taxa básica de juros, a básica de juros, a Selic, deve passar por novo corte. O mercado financeiro crava sua aposta em uma redução residual, de 0,25%, que, se confirmada, arredondaria o juro básico para 2% ao ano. Um nível de taxa que, para uma corrente majoritária do mercado, seria mantido até o fim de 2020.

 

 

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