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Bolsa na liderança e dólar na lanterna, mesmo em mês de turbulências

Apesar de chuvas e trovoadas, instabilidade política, dúvidas e incertezas com a aprovação da reforma da Previdência Social, ainda assim, o mercado de ações ocupou a liderança no ranking dos investimentos em abril. A B3, antiga BM&FBovespa, apresentou uma valorização de 0,98%.

Por Regina Pitoscia
Atualização:

Já o dólar que, por esses mesmos motivos, chegou a bater a marca dos R$ 4,00, por duas vezes no mês, ocupou uma das últimas posições com avanço, de apenas 0,16%, em relação a sua cotação no final de março. Resultado bem modesto, se considerado o ambiente de turbulências que permeou o mercado financeiro ao longo de abril e provocou fortes solavancos, em movimentos que lembram os de uma gangorra, tanto no segmento de dólar como de ações.

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Correndo por fora, mas no páreo, está a renda fixa, que superou o dólar, mas perdeu da bolsa. Aplicações como caderneta e fundos de renda fixa, incluídos os DI, renderam em torno de 0,37% a 0,44%, em média, em abril.

Bolsa e dólar

A B3 sente ainda a ausência de compras do capital estrangeiro, que permanece fora do mercado doméstico de ações. O investidor externo está à espera do andamento do projeto de reforma no Congresso que sinalize na direção de uma mudança consistente nas regras da aposentadoria.

Em clima de insegurança e forte vaivém das cotações, o dólar foi mais uma vez o refúgio procurado pelo investidor para a proteção de seu capital. O interesse pelo dólar como proteção de patrimônio, expediente comum em momentos de incertezas e medo, não foi a única responsável pelo sobe e desce das cotações.

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Esse movimento refletiu também, de acordo com analistas, a ação de investidores que trocam rapidamente de posições no mercado em busca de lucros, movimentações que fizeram o dólar avançar aos R$ 4,00, sem encontrar, porém, suporte nesse nível.

O comportamento do mercado doméstico esteve sensível também à influência de fatores externos, especialmente em dia de notícias menos preocupantes no front da reforma previdenciária.

A sinalização do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) de que não está em seus planos uma elevação dos juros, no entanto, não tirou a política monetária americana do foco de investidores domésticos. Quando não por decisão do Fed, o movimento dos juros por lá, em geral de alta, tem sido influenciado pelo fortalecimento do dólar, como reflexo do vigor da economia americana contrastando com a fragilidade das demais de países da Europa e do Japão.

Por isso, uma alta dos juros nos EUA costuma pressionar o dólar para cima e a deprimir a bolsa de valores, decorrente do movimento de investidores que, ao desfazerem suas posições por aqui, inclusive em ações, transformam os reais em dólares, migrando para papeis americanos.

Renda fixa

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Tudo indica que quem está em renda fixa ficará desapontado mais uma vez com o rendimento de sua aplicação em abril. Se a prévia apontada pelo IPCA-15, de 0,72%, for confirmada pelo IPCA, a inflação final de abril será quase o dobro da remuneração de aplicações como fundos DI e caderneta, que pagaram rentabilidade média entre 0,37% e 0,44%. Em outras palavras, esses investimentos terão proporcionado rendimento negativo ao investidor, sem proteção contra os efeitos corrosivos da inflação sobre o seu patrimônio.

Apesar do repique recente da inflação, não se prevê mudança na taxa básica de juros, Selic, que, pelas previsões do mercado financeiro, deve ser mantida em 6,50% na reunião do Copom, na segunda semana de maio, já que a alta de preços é considerada sazonal e tende a diluir-se nos próximos meses.

Um fator adicional de pressão sobre a inflação em maio será a volta da cobrança de taxa extra nas contas de energia elétrica.

Corrida dos investimentos

Acompanhe abaixo, o desempenho de cada aplicação nos cálculos do administrador de investimentos Fabio Colombo.

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1- Bovespa                                  0,98%

2- Título Tesouro IPCA 0,80 a 0,90% (indicativo)

3- Ouro 0,93%

4- IGPM  0,92%

5- IPCA 0,61% *

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6- Fundos DI 0,44 a 0,54% **

7- Fundos R.Fixa  0,44 a 0,54% **

8- CDB  0,42 a 0,52% **

9- Poupança 0,37% (liquido)

10- Dólar                                     0,16%

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11- Euro 0,14%

(*) estimado

(**) rendimento bruto

 

 

 

 

 

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