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Fundo de renda fixa volta a atrair investidor diante de turbulências

 (*) Com Tom Morooka

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Por Regina Pitoscia
Atualização:

O aumento de instabilidade no mercado financeiro, que atinge mais fortemente o mercado de renda variável, como o de ações e dólar, tem levado o investidor a reavaliar e a remodelar sua carteira de aplicações.

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Houve um período de migração para opções em segmentos de maior risco, em busca de rentabilidade mais atraente que compensasse a queda dos juros em aplicações conservadoras, como os títulos e fundos de renda fixa e a caderneta de poupança. No entanto, com o sobe-e-desce mais acentuado do mercado, o investidor voltou seu interesse novamente para a segurança e tem preferido os segmentos que remuneram à base de juros.

De acordo com os especialistas, são vários os fatores que encorajam o caminho de volta à renda fixa. Vão desde a interrupção do ciclo de queda dos juros e a perspectiva de que, em algum momento, os juros retomem a alta até a insegurança com os desdobramentos, na economia e na política, do cenário de embate que desembocará nas eleições presidenciais de outubro.

Fundos de renda fixa

A opção que lidera a preferência dos investidores nesse retorno ao conservadorismo são os fundos de renda fixa, que estariam recebendo recursos novos e também dos que têm saído dos fundos multimercado e da bolsa de valores, diante do aumento de turbulência nos segmentos de ações e de dólar. A intenção seria a procura de um porto seguro, à espera de que clareie melhor o cenário para sair em busca de opções mais seguras e rentáveis.

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De acordo com os dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercado Financeiro e de Capitais), os fundos de renda fixa passaram a retomar a captação de recursos que de certa forma compensam os pesados resgates ocorridos com o ciclo de corte dos juros que derrubou a taxa básica de juros, a Selic, de 14,25% ao ano, em outubro de 2016, para o atual nível de 6,50% ao ano, em abril deste ano.

O risco de perda nos fundos de renda fixa pode ser menor se comparado com as aplicações de renda variável, como dólar e ações, mas é maior que nos fundos DI, por exemplo, em momentos de turbulência no mercado financeiro.

Risco dos prefixados

O motivo é que parte dos títulos que compõem a carteira desses fundos embutem juros prefixados, como as Letras do Tesouro Nacional (LTN) e os Certificados de Depósito Bancário (CDBs). São papéis que também sofrem com a instabilidade no mercado, pois têm seu valor recalculado de acordo com a dança dos juros correntes e das expectativas de taxas futuras.

À medida que essas taxas sobem acima do juro embutido no título que forma a carteira há uma queda no rendimento, pelo processo diário de marcação a mercado. Quem pedir o resgate em um momento desses acaba embolsando valor menor que a remuneração acenada para o vencimento.

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Essa possibilidade de prejuízo existe tanto para quem compra individualmente títulos com juros prefixados como para quem aplica em fundos de renda fixa que têm papeis com essa característica na carteira.

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Diferença do pós-fixado

É um risco que o investidor não corre na aplicação em títulos com juros pós-fixados, como o Tesouro Selic (versão da Letra Financeira do Tesouro (LFT) para aplicação pela internet no Tesouro Direto) e os fundos DI com carteira formada por LFT. O rendimento do Tesouro Selic e do fundo DI acompanha a variação da taxa Selic.

Especialistas sugerem a aplicação em títulos ou fundos com papéis pós-fixados quando a expectativa aponta para possível elevação das taxas de juro - um cenário em que apostaria parte dos analistas, por causa da possível pressão da alta do dólar sobre a inflação.

A aplicação em título ou fundo com papeis prefixados seria vantajosa com perspectiva de queda dos juros, já que o aplicador travaria uma taxa de juro elevada que rodaria mais baixa, como juro corrente, no futuro.

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