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Incertezas tiram fôlego da bolsa e dão gás ao dólar em novembro

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Por Regina Pitoscia
Atualização:

(*) Com Tom Morooka

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No ranking das aplicações em novembro, o mercado de ações sucumbiu e o de dólar ganhou sustentação diante de muitas incertezas em relação ao andamento da reforma da Previdência Social.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) acumulou no mês uma desvalorização de 3,15%. Na percepção dos investidores, parece improvável que o governo do presidente Michel Temer consiga passar no Congresso as medidas que alteram as regras da aposentadoria. A suspeita de que os votos na Câmara dos Deputados sejam insuficientes para aprovar a reforma cresceu nos últimos dias.

Era justamente a expectativa com as mudanças na  área previdenciária o fator que vinha animando o mercado e sustentando as cotações. A notável participação do capital internacional na compra de ações permitiu um bom desempenho da bolsa de valores. Apesar da queda em novembro, a Bovespa acumula ainda uma valorização de 19,50% no ano.

O movimento de saída de investidores estrangeiros, mais recentemente, tirou o fôlego do mercado de ações. Sem capacidade de reação, a bolsa tem agora trabalhado em compasso de espera, de olho em possíveis fatos novos, na política e na economia. As novidades, contudo, parecem cada vez mais desalentadoras, não obstante os sinais de recuperação da atividade.

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Já em movimento contrário, o dólar comercial, que vinha registrando quedas seguidas em novembro, ganhou um gás e conseguiu neutralizar as perdas. Como resultado final, fechou o mês cotado a R$ 3,27, com desvalorização residual de 0,04%. No ano, a moeda acumula uma ligeira alta de 0,67%.

Renda fixa

Os ganhos da renda fixa no mês não fugiram mais uma vez à mesmice, achatados pela queda da taxa básica de juros, a Selic. Mesmo assim, foram suficientes para assegurar posições confortáveis de rentabilidade no ranking de investimentos em novembro.

A perspectiva é que as principais aplicações, dos fundos de renda fixa e DI à caderneta, sustentem uma rentabilidade, senão acima da inflação, pelo menos emparelhada com o IPCA do mês, estimado em 0,37%. O suficiente para preservar o poder aquisitivo do dinheiro frente aos efeitos corrosivos da alta dos preços

Ranking de novembro

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Confira quem ganhou e quem perdeu com as aplicações no mês que passou de acordo com os cálculos do administrador de Investimentos Fabio Colombo.

1º - Euro                                      2,18%

2º - Fundos de renda fixa         0,50% a 0,60%*

3º - Fundos DI                             0,50% a 0,60%*

4º - CDB                                      0,45% a 0,55%

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5º - Caderneta de poupança  0,43%

6º - Inflação (IPCA)                   0,37%**

7º - Dólar comercial                -0,04%

8º - Ouro                                   -1,12%

9º - Bolsa de São Paulo             -3.15% Obs.: * Rendimento médio bruto

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** estimativa

O que esperar para dezembro

O andamento da reforma previdenciária deverá continuar sendo o principal foco de expectativas dos investidores no cenário doméstico em dezembro.

A atenção no exterior estará voltada principalmente ao aumento de tensão geopolítica entre Estados Unidos e Coréia do Norte. Não deixa de ter sua relevância também os novos rumos a serem adotados para a política monetária dos EUA, com possível elevação dos juros americanos.

A avaliação de Fábio Colombo é que o momento pode ser interessante para a compra gradual e parcial de ações, que ficaram mais baratas com a desvalorização de novembro.

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Para o dólar, analistas consideram que a moeda poderá seguir em alta se houver novas evidências de fracasso na aprovação da reforma da Previdência Social. E isso por causa dos efeitos negativos sobre as contas públicas. Em geral, em momentos de agravamento de insegurança o investidor procura proteção com a compra de dólar.

Não se prevê, contudo, uma disparada das cotações, porque o País está em uma situação confortável com as contas externas e elevado volume de reservas internacionais. Mas fica a dica: quem precisa de dólar para viajar ao exterior no fim de ano deve comprar a moeda, aproveitando os momentos de baixa das cotações.

 

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