A expectativa de analistas e economistas do mercado, de acordo com os dados do último boletim Focus, é que a taxa básica chegue ao fim deste ano em 6,50% ao ano e em 7,75% ao ano no término de 2019. Por enquanto, o dado não passa de palpite, feito a uma distância de um ano, mas serve para indicar o otimismo dos investidores e do mercado com a trajetória da Selic para os próximos meses.
E na combinação dessas duas variáveis que se pode apostar em rendimento positivo em aplicações mais conservadoras do mercado, que rendem a taxa Selic.
Para que o ruim não fique pior, do ponto de vista de remuneração para quem aplica em renda fixa, resta torcer ainda para que a inflação não suba e carregue parte do poder de compra do minguado rendimento que recebe em sua aplicação.
Fora isso, não há o que fazer ou inventar para o pequeno e médio aplicador cativo da renda fixa.Importante mesmo é não deixar o dinheiro, o pouco que sobra no bolso, parado ou guardado em casa.
Dinheiro ocioso não rende, nem a correção monetária que bem ou mal repõe o poder aquisitivo corroído pela inflação. Juntar dinheiro, poupar é, ademais, uma forma de criar reserva, à margem da tentação do consumo, e de educação para uma vida financeira mais equilibrada e organizada.
Por isso, a escolha das aplicações tradicionais como caderneta de poupança e fundos de investimento - de renda fixa e DI - precisa ser cada vez mais criteriosa e seletiva para atender a cada perfil de investidor, ao volume de dinheiro disponível, ao tempo que poderá permanecer aplicado e, principalmente, à destinação dos recursos.
Embora as opções nesse segmento estejam com rendimentos emparelhados e nivelados por baixo - no intervalo entre 0,35% e 0,45% ao mês -, a escolha de uma delas deve levar em conta as condições específicas de cada investidor, como o volume de dinheiro, o tempo de aplicação e o que se pretende com ele.
A escolha mais simples, por atender de forma geral a essas condições, é a caderneta. A poupança rende 0,37% ao mês e vai permanecer miúda enquanto a Selic for igual ou inferior a 8,50% ao ano, porque aí a sua remuneração será equivalente a 70% disso - no momento, a taxa básica está dois pontos porcentuais abaixo dessa linha, em 6,50% -, com crédito do rendimento a cada 30 dias. Ela rende igual para todo poupador, sem distinção do valor, e não cobra imposto de renda nem taxa de administração. Simples assim.
A caderneta é indicada para o dinheiro já comprometido com alguma destinação, em curto ou médio prazo, e precisa de proteção contra a inflação. Especialistas comentam que, pelo baixo nível da taxa Selic, de onde deriva seu rendimento, não dá para classificar a caderneta como opção de investimento, capaz de adicionar maior valor ao capital.
Os fundos de investimento como o de renda fixa e DI também têm frustrado os investidores, com a baixa rentabilidade, também como efeito do achatamento da taxa Selic. Com desvantagem em relação à caderneta, porque o investidor paga imposto de renda e taxa de administração, custos que podem fazer o ganho ficar abaixo do da poupança.
A taxa de administração cobrada por bancos e corretoras nos fundos varia bastante, mas em geral é mais elevada para volumes baixos de aplicação. O imposto de renda é cobrado com diferentes alíquotas. São quatro, de acordo com o prazo de aplicação. É de 22,50% para aplicação de até 180 dias; de 20% para aplicação de 181 a 360 dias; de 17,50% para aplicação de 361 a 720 dias, e de 15%, para aplicação acima de 720 dias.
Em aplicação por prazo inferior a 29 dias, o aplicador recolhe ainda o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que somado com o imposto de renda leva praticamente todo o rendimento do aplicador.
Pela atual Selic, os fundos de renda fixa e o DI só levam alguma vantagem sobre a caderneta, em rendimento, nas aplicações por prazos mais longos, desde que a taxa de administração não seja superior a 0,50% ao ano.