Regina Pitoscia
20 de setembro de 2019 | 01h38
Com a deslizada da Selic para o nível de 5,5% ao ano, o efeito é imediato com redução do rendimento pago pelas aplicações em renda fixa.
O da caderneta passa a ser de 3,85% ao ano ou 0,32% ao mês a partir do dia 19 de setembro e deve permanecer nesse nível, pelo menos, até o dia 30 de outubro, quando o Comitê de Política Econômica do Banco Central tem nova reunião para definir em que nível ficará o juro básico da economia. O crédito do novo rendimento começa a ser feito a partir do dia 19 de outubro sempre na data de aniversário da conta.
E não é só remuneração da caderneta que ficou mais magra, mas de toda a renda fixa que tem como referência a taxa de juro, como os papeis e fundos de renda fixa. É um novo cenário para o investidor que veio para ficar e em que a remuneração mais alta só será alcançada por quem abrir mão da liquidez e deixar o dinheiro aplicado, por um, dois anos ou mais.
Para os recursos que precisam ser usados no mês a mês, as opções serão ainda mais escassas, e a expectativa do investidor deverá estar mais voltada com a sua proteção em relação às perdas para a inflação do que em conseguir um rendimento mais robusto.
Para quem precisa ter o dinheiro mais à mão, a caderneta não pode ser escanteada com os seus 0,32% ao mês. Ainda que os papeis acenem com rentabilidade maior, parte dela pode ser engolida pelo imposto de renda. Daí a importância em saber qual o rendimento bruto e o líquido a ser obtido, especialmente, nas de prazo mais curto, quando a alíquota de imposto é mais alta.
Para aplicações de até 180 dias (6 meses), a fisgada do Leão é de 22,5%, e acima disso e até 360 dias, de 20%. Lembrando que para aplicações inferiores a 30 dias vai ainda a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras, o IOF.
Não há muito o que fazer em relação a essa remuneração mais achatada na renda fixa, e a questão que se coloca é se ela terá capacidade ou não de proteger o capital aplicado diante das perdas para a inflação. A projeção de inflação do mercado, espelhada no Boletim Focus do Banco Central, está em 3,45% para este ano e em 3,80% para 2020. Números que se confirmados, permitirão a essas aplicações (até mesmo a caderneta) repor o que foi comido pela inflação e ainda pagar uma pequena fatia de ganho real.
Assim, a saída para tentar remunerar melhor o capital são basicamente duas: ou o investidor aceita empregar o dinheiro por um tempo maior ou aceita assumir mais risco, quando fundos multimercados ou imobiliários ou ações se colocam como opções para a diversificação do patrimônio.
Rentabilidade maior
Para o dinheiro que pode ficar imobilizado por prazos maiores, a rentabilidade passa a ser mais atraente e tende a superar com folga as previsões de inflação e também o retorno da caderneta.
Há ainda ofertas que superam a casa dos 6,0% ao ano, de acordo com levantamento feito pelo buscador de investimentos Yubb (www.yubb.com.br). Uma ferramenta que se torna ainda mais útil na busca de remuneração diferenciada, porque proporciona transparência de como o mercado está operando e onde está a melhor rentabilidade.
Na pesquisa abaixo, são os CDB emitidos pelo Banco Máxima que oferecem a rentabilidade mais atraentes, de 6,12% ao ano ou 0,50% ao mês, para aplicações por dois anos. Todas as dez opções são acessíveis ao pequeno investidor, porque o valor mínimo exigido vai de R$ 100 a R$ 5 mil.
Os mais rentáveis – 2 anos
Emissor/tipo Plataforma Rend.líq. a.a Valor mínimo R$
Bco Máxima(CDB) Órama 6,12% 1 mil
Bco Máxima(CDB) Ourinvest 6,12% 1 mil
Avista Fin.(RDB) Avista Fin. 5,91% 5 mil
Bco Pan (CDB) Bco Pan 5,76% 100,00
Avista Fin.(LC) Ourinvest 5,71% 1 mil
NBC(CDB) Órama 5,63% 3 mil
BRK Fin.(LC) Nova Futura 5,63% 5 mil
Portocred Fin.(LC) Poupa Brasil 5,55% 1 mil
Bco Pine(CDB) Ourinvest 5,53% 1 mil
BRK Fin.(LC) Órama 5,45% 5 mil
Fonte: Yubb
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