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Cuide das finanças pessoais

O que esperar agora do mercado financeiro e o que fazer com o dinheiro

Sem surpresas sobre os candidatos sacramentados para o segundo turno das eleições, Jair Bolsonaro e Fernando Haddad, não há por que apostar em uma reação dos mercados diferente da registrada nos últimos dias.

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Por Regina Pitoscia
Atualização:

Os segmentos de ações e de dólar se mostraram em relativa acomodação, no fechamento da última sexta-feira, após iniciar a semana com forte valorização da bolsa de valores e tombo do dólar, que mergulhou abaixo de R$ 4. Foi uma reação ao crescimento do candidato Jair Bolsonaro nas pesquisas eleitorais, ampliando a vantagem em relação ao segundo colocado na corrida presidencial, Fernando Haddad, do PT.

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Uma clara demonstração de que os investidores veem no candidato petista mais do mesmo que jogou o País na crise e preferem dar o benefício da dúvida a Bolsonaro.

E o entendimento é que como Bolsonaro saiu robustecido do primeiro turno, reforçando a chance de vitória no segundo, o mercado de ações tende a retomar uma alta com mais vigor, e o dólar, a escorregar para níveis mais baixos, que teriam como piso cotações em torno de R$ 3,70.

A reação de quase euforia dos mercados, com os dados que já indicavam aumento das chances de vitória de Bolsonaro, não deve ser vista pelos investidores como indicação que o cenário eleitoral caminha para uma definição com promessa de menos turbulência no mercado financeiro.

Analistas mostram cautela com o processo eleitoral que considera de resultados imprevisíveis e preocupação com os nomes que formarão a equipe econômica do presidente eleito e as medidas econômicas propostas para tentar resgatar o País da crise - fiscal, como o rombo das contas públicas, retomada do crescimento econômico e geração de emprego, dentre outras necessidades urgentes do País.

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A expectativa é que os mercados reagirão, com alta ou baixa, a cada fato novo que se sucederá até a posse do novo governo em 1º de janeiro. Tudo indica que, até lá, não haverá uma definição mais clara, o que aumenta o risco de quem incursionar pelos segmentos de ações e de dólar para tentar aproveitar valorizações apenas momentâneas de preços e cotações.

O comportamento da bolsa de valores mostra que os negócios têm sido movimentados pelas ações mais líquidas, de fácil negociação, em operações rápidas de compra e venda, as chamadas day-trade, que tiram proveito das bruscas oscilações de preços.

O giro é feito sobretudo com as ações do Ibovespa (Índice Bovespa), principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, formada por 67 ações mais negociadas e, portanto, com maior liquidez, em operações comandadas por profissionais conhecedores do mercado.

Para quem não é do ramo e, por isso, não tem conhecimento desse mercado, mas quer investir em ações porque aposta na valorização da bolsa de valores, a dica de especialistas é um fundo de ações passivo referenciado no Ibovespa.

São chamados de passivos porque esses fundos têm como meta reproduzir o desempenho médio das 67 ações do Ibovespa, diluindo os riscos para o investidor.Por estar atrelado à variação desse índice, o investidor do fundo pode não tirar proveito integralmente das fortes valorizações de alguns papeis, mas também pode não sentir o impacto total negativo de bruscas quedas.

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Dólar

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A moeda americana também não tem escapado das variações de expectativas e humor do mercado financeiro em relação à corrida presidencial. O otimismo com a crescente ampliação de vantagem do presidenciável PSL sobre o candidato do PT tirou o suporte do dólar, que veio abaixo de R$ 4 e tem rodado entre R$ 3,90 e R$ 3,85.

Analistas do mercado não descartam a possibilidade de que o dólar deslize para níveis mais baixos, ao redor de R$ 3,60 a R$ 3,50, em um primeiro momento pós-eleitoral, uma vez que foi confirmado nas urnas o favoritismo de Bolsonaro apontado pelas pesquisas.

A partir dessa hipótese, quem esperar poderá comprar a moeda americana mais barata, por preços menores que os atuais e bastante distantes do de R$ 4,10 de um mês atrás.

Além de fatores domésticos, eventual fonte de pressão sobre a moeda americana poderia vir do exterior, onde o dólar ganha força e se valoriza diante da perspectiva de elevação mais forte dos juros nos EUA.

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Em águas calmas

Quem pretende navegar por águas mais calmas, tanto quem já está ancorado na renda fixa, como tem dinheiro para investir, deve se voltar para as aplicações que remuneram à base de juros. E aí estão incluídos fundos DI ou renda fixa, CDBs, títulos do governo e a caderneta. Pelo menos até que clareie o cenário político e econômico, algo que deve ocorrer nos primeiros meses de 2019.

O motivo é que agora as atenções estarão voltadas para o segundo turno, em 28 de outubro.Isso pode representar nova onda de incertezas que deve respingar nos mercados de renda variável com turbulências. Portanto, o mais indicado é que o aplicador continue em renda fixa, por enquanto, e migre para outras opções, na renda variável, quando o horizonte estiver com contornos mais definidos.

 

 

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