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Cuide das finanças pessoais

O que esperar dos mercados em abril

O mercado financeiro continua otimista, embora tenha redobrado o sentimento de cautela, apostando na perspectiva de aprovação da reforma da Previdência Social, apesar dos ruídos políticos recentes em torno dela.

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Por Regina Pitoscia
Atualização:

A proposta de mudanças na aposentadoria é e continuará o centro de atenções dos mercados. A eleição de Bolsonaro criou uma expectativa positiva para a agenda econômica, mas as turbulências na gestão do governo, agravadas pela crise política, levaram os investidores a aumentar o grau de atenção.

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O abalo no universo das finanças, com fortes solavancos nos segmentos de ações e dólar, ficou aparentemente para trás. Em março, o dólar comercial acumulou valorização de 4,31% e a Bolsa de Valores de São Paulo, ligeira queda de 0,18%.

Os sinais de trégua na relação conflituosa entre o Congresso e o governo Bolsonaro inverteram o humor dos aplicadores, que chegaram a temer pelo bom andamento das propostas de mudança na aposentadoria. Mas isso não significa que se ignoram, contudo, eventuais percalços a serem enfrentados pelo projeto, até sua aprovação pela Câmara e pelo Senado. A reação nas cotações, para cima ou para baixo, virá diante de cada fato novo relacionado à tramitação da reforma.

É com esse sentimento que combina expectativas favoráveis com uma certa dose de receio que o mercado financeiro dá largada aos negócios de abril nesta segunda-feira, sem sinalizar uma tendência mais firme. Especialistas tampouco arriscam palpite sobre a trajetória de segmentos tão voláteis e sensíveis a eventos políticos e econômicos como os de ações e dólar.

O único ponto comum que une os prognósticos é que esses setores de maior risco tende a responder básica e fundamentalmente a novidades relacionadas à reforma previdenciária geradas pelo Congresso, pelo governo ou por ambos. O processo de tramitação do projeto na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara já tem seu relator definido, o deputado Marcelo Freitas, do partido do presidente (PSL-MG).

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A previsão é que a reforma seja avaliada pela comissão em 17 de abril e, se não houver restrições constitucionais, segue para tramitação no plenário, iniciando para valer sua escalada na Câmara.

As apostas são as de que os debates no plenário desenharão de forma mais clara o número de parlamentares que a articulação política atraiu para a base de apoio do governo para conseguir a aprovação da reforma.

Uma perspectiva de vitória do projeto reformista tenderá a dar alento à bolsa de valores, com valorização das ações, e a esvaziar o mercado de dólar, mas até lá esses mercados devem atravessar novos momentos de turbulências e solavancos das cotações.

Analistas sugerem, diante desse possível cenário, que quem pensa migrar parte dos recursos para ações, no âmbito da estratégia de diversificar a carteira de aplicações para obter um rendimento diferenciado e mais atraente do que o da renda fixa, espere uma melhor definição do horizonte de tramitação do projeto para tomar a decisão.

Um recado importante é dirigido também aos investidores que já partiram para essa diversificação, em opções de maior risco, como ações, fundos de ações e multimercados, e estão sofrendo com o forte vaivém desses mercados: apesar desses bruscos movimentos que sugerem perda, o momento não é de deixar precipitadamente essas aplicações.

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Em muitos casos, os prejuízos, se houver, serão materializados quando o investidor liquida sua posição nessas aplicações para retornar, por exemplo, ao conforto da renda fixa. Se a posição for mantida à espera de novas valorizações dos ativos, o resultado a ser embolsado pelo aplicador poderá passar a ser positivo.

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Outro ponto que deve atrair atenção dos que atuam nesses segmentos é o cenário externo, sobretudo em questões relacionadas ao crescimento da economia chinesa, que costuma influenciar a atividade por aqui. A China é um parceiro comercial relevante, e resultados satisfatórios por lá trazem fôlego para a bolsa brasileira; ao contrário, números abaixo das expectativas respingam com queda nos preços das ações das empresas brasileiras que negociam com aquele país.

Tem peso importante ainda a trajetória dos juros americanos que, em geral, afetam o comportamento da bolsa de valores e de dólar domésticos.

 

 

 

 

 

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