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Cuide das finanças pessoais

Onde está o rendimento mais alto na renda fixa

Uma das principais barreiras para o investidor aceitar um título de renda fixa emitido por instituições financeiras menores e menos tradicionais no mercado está ligada à segurança. O receio é o de que a emissora do papel venha a quebrar e haja problemas para o resgate do dinheiro ali aplicado.

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Por Regina Pitoscia
Atualização:

Para muitos casos, essa preocupação procedia e tinha razão de ser até 1995, quando foi criado o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que passou a dar cobertura a aplicações para a grande maioria dos papeis de renda fixa. Até então, se algum banco ou financeira viesse a ter problemas de liquidez, o investidor amarrado a um de seus papeis tinha de entrar numa fila para disputar com outros credores o que lhe cabia dentro da massa falida.

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O FGC foi formado para proteger o correntista e também o investidor do mercado de renda fixa, até certo limite de valor. A proteção funciona como seguro para quem aplica em títulos bancários - como CDB (Certificado de Depósito Bancário), LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito Agrícola) - em caso de quebra da instituição financeira que emitiu o título.

O FGC garante ainda a cobertura para aplicações em caderneta de poupança, letras de câmbio, letras hipotecárias, letras imobiliárias e recibos de depósito bancário (RDB) e depósitos em conta corrente.

Entidade privada, o Fundo é formado por contribuições mensais dos próprios bancos e será acionado quando uma instituição financeira vier a quebrar. Só que hoje o sistema bancário demonstra solidez e está à margem de riscos sistêmicos, um cenário que destoa do ano de criação do FGC. Naquela época, que se seguiu à chegada do Plano Real, a forte queda da inflação e, em sua esteira, da correção monetária provocou desorganização do sistema e criou severas dificuldades financeiras para os bancos.

A cobertura é de R$ 250 mil por CPF, quer dizer, para cada aplicador e por instituição financeira, limitada a R$ 1 milhão. Assim, para quem contar com valores acima de R$ 250 mil, o mais indicado é pulverizar o total em várias instituições para ter garantia de até R$ 1 milhão.

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Tripé

O manual do investidor reforça que toda boa aplicação deve seguir uma regra de ouro, caracterizada por um tripé formado por rentabilidade, liquidez e segurança.

Nem sempre é possível combinar essas três condições em um investimento, ainda que isso seja aparentemente mais simples em uma escolha na renda fixa. Nestes tempos de juros baixos, o rendimento, em termos nominais, não deixa de ser frustrante para quem estava acostumado com taxas de juro elevadas.

O sentimento de frustração é maior para quem mira a liquidez, de forma a ter a porta aberta para saques com remuneração a qualquer momento, ainda que à custa de ganho menor. Aplicações curtas recolhem mais imposto porque são tributadas por alíquotas mais elevadas.

A cobertura do FGC tem sido um dos motes usados pelos bancos de menor porte e financeiras para atrair investidores para seus títulos, ofertados por taxas de juro mais atraentes, principalmente em aplicações digitais, por internet, nas plataformas de investimento.

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Como não têm agências físicas para captação de recursos, diferentemente dos grandes bancos de varejo, e como supostamente os títulos emitidos por elas embutiriam um risco de crédito (de eventual calote) mais elevado, essas instituições menores oferecem títulos com rentabilidade bastante competitivas.

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A ousadia na oferta de taxas mais altas pelos menores não é bem vista pelos bancos de rede, que trabalham com taxas de juro mais baixas em seus títulos, porque contam com facilidades na captação em sua ampla rede.

Por contar com o guarda-chuva de proteção do FGC, tem muito investidor dando preferência à rentabilidade dos papeis de instituições menores nesta temporada de juros nominais magros na renda fixa. E boas oportunidades não faltam.

Na seleção semanal feita pelo buscador de investimentos Yubb (www.yubb.com.br), seu diretor-executivo, Bernardo Pascowitch, chama atenção para o fato de que também para valores irrisórios são oferecidas taxas igualmente atraentes. No buscador, há um simulador e o interessado deve informar o valor que pretende aplicar e por quanto tempo. Em segundos, receberá uma lista com as opções mais rentáveis do mercado entre mais de 2.500 opções.

Pequeno aplicador                             

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  Prazo 12 meses

                                     

Emissor/tipo           Plataforma              Rend.líq a.a.     Valor mínimo R$

Sofisa (LCI/LCA)  Sofisa Direto  6,41%  1,00

Banco Inter (LCI) Banco Inter  6,34% 100,00

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Sofisa (CDB)  Sofisa Direto  6,22%  1,00

Bco Pan (LCI)  Banco Pan  6,21%  100,00

Bco Pan (CDB)  Banco Pan  5,89%  100,00

Bco Inter(CDB) Banco Inter  5,51% 100,00

Nubank (RDB)  Nubank 5,51% 100,00

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Tes.Nac. (Selic) Vários (*)  5,03% 101,85

Fonte: Yubb

(*) Rico Investimentos, XP, Órama, BTG Pactual Digital, Guide, Nova Futura, Necton, Ativa

Pesquisa feita em 03.07

Prazo mais longo  

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Para prazos mais elásticos, há opções mais rentáveis, que superam em muito a da caderneta de poupança, e para aplicações mínimas a partir de R$ 1 mil, acompanhe:

Emissor/tipo                 Plataforma     Rend.líq a.a.       Prazo

Bco Máxima (CDB) Ourinvest 8,40%                60 meses

Bco Fibra(CDB) Daycoval  7,89% 48 meses

Ourinvest(CDB)  Ourinvest 7,29% 24 meses

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Pine BTG Pactual 7,13% 48 meses

Fonte: Yubb

Pesquisa feita em 04.07

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