Por isso, além de um corte de mais 0,50 ponto porcentual na Selic, que está rodando em 5,50% ao ano, na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), já indicada em comunicado do Banco Central (BC), nos dias 29 e 30 de outubro, as projeções do mercado antecipam um corte adicional, do mesmo tamanho, no último encontro do Copom no ano, marcado para os dias 10 e 11 de dezembro.
A ideia de boa parte do mercado é que a Selic feche 2019 em 4,50% ao ano, nível em que os investidores estariam apostando de acordo com a sinalização dos contratos futuros de juro com prazo de um ano.
Os investidores que aplicam na renda fixa já podem ir contando, portanto, com juros nominais e reais, descontada a inflação, cada vez mais baixos. Em setembro, com uma inflação abaixo de zero, o rendimento nominal das aplicações no mês foi para a conta do investidor como real, positivo. Até o rendimento nominal mensal de 0,32% da caderneta reforçou, como ganho real, o poder aquisitivo do saldo da conta.
Setembro foi um mês que trouxe certa alegria ao poupador, mas é preciso ter em conta que, à medida que a Selic for encolhendo, mais baixa se torna também o rendimento da caderneta.
Para uma Selic anual de 5,0%, a taxa mensal equivalente desliza para 0,41%, nível que vai nortear o juro praticado entre os bancos nos Certificados de Depósito Interbancário (CDI), ou simplesmente DI. Por sua vez, esse novo patamar vai balizar os juros oferecidos nos títulos e fundos de renda fixa. A remuneração da caderneta, equivalente a 70% da Selic, será reduzida para 0,29% ao mês, ou 3,5% ao ano.
Poderá conseguir uma rentabilidade superior a esses níveis, o aplicador que tiver condições de empregar o dinheiro por prazos bem mais dilatados, de 2, 3, 6 ou mais anos. Para esses prazos, a rentabilidade poderá superar a Selic e com boa margem.
Na pesquisa semanal feita pelo buscador de investimentos Yubb (www.yubb.com.br) é possível verificar que para prazos entre 7 e 10 anos a remuneração oferecida é bem mais interessante, tanto por papeis emitidos por instituições financeiras (CDB e RDB), como pelo governo (Títulos do Tesouro) e empresas (debêntures).
O diretor-executivo do Yubb, Bernardo Pascowitch, destaca que há poucas opções para esses prazos mais alongados. Assim, o investidor interessado em formar uma poupança de longo prazo, como uma aposentadoria complementar, pagamento de estudos de um filho ou neto na faculdade, e assim por diante, terá limitações na escolha. "Há poucos emissores desses papeis, apenas os bancos Máxima, BMG e Pine oferecem produtos com prazos mais dilatados para o investidor que pretende, inclusive, fazer um planejamento financeiro", diz ele.
Embora haja mais oferta de debêntures com prazo entre 10 e 15 anos, o diretor chama atenção para a sua baixa liquidez: "Não são todas as debêntures que oferecem possibilidade de resgate antecipado e, além disso, o mercado secundário desses títulos é muito limitado". Incertezas em relação ao cenário macroeconômico do País também são um fator de risco para esses papeis.
Ao mesmo tempo, ele explica que há várias e boas alternativas para quem quer aplicar no longo prazo em Títulos do Tesouro amarrados ao IPCA, com vencimento até 2050.
Aplicações de longo prazo
de 7 a 10 anos, até R$ 5 mil
Emissor Distribuidor Rendimento(*) Prazo Valor mínimo(R$)
Avista F.(RDB) Avista Finan. 8,69% 10a 1 mil
Bco Máxima(CDB) Nova Futura 8,15% 8a 500,00
Bco Máxima(CDB) Ourinvest 8,15% 8a 1 mil
Rumo S/A(Db) Modalmais 7,43% 9a4m 1.095,74
Bco Pine(CDB) BTGPactual 7,36% 7a 5 mil
Engie Bras.En.(Db) Modalmais 7,22% 10a 1.053,87
Bco Pine(CDB) Nova Futura 6,93% 7a 5 mil
Bco BMG BMG Invest. 6,85% 9a10m 1 mil
Bco Pine Ourinvest 6,78% 7a 1 mil
Tes. Nacional(TT) Corretoras(**) 6,12% 10a 39,37
Fonte: Yubb
(*) Rendimento líquido ao ano
(**) Todas corretoras habilitadas a oferecer Títulos do Tesouro