A Selic recuou de 14,25% ao ano para os atuais 5,50% ao ano em três anos, com perspectiva de novas quedas. Na próxima semana, o Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central (BC), a quem cabe a decisão sobre o rumo da Selic, se reúne nos dias 29 e 30 para anunciar qual será a nova taxa.
A expectativa é que a taxa escorregue para 5%, e há quem aposte que a Selic termine 2019 abaixo desse nível. Se a previsão estiver correta, restaria ainda um corte adicional, no último encontro do Copom no ano, marcado para os dias 10 e 12 de dezembro, quando o juro poderia cair mais, para 4,5%.
Uma Selic de 5,50% ao ano corresponde a uma taxa de juro de 0,45% ao mês. Para uma taxa anual de 5% a equivalência mensal é de 0,41%, e para uma taxa anual de 4,50% a taxa mensal é de 0,37%. São esses, em termos nominais, os rendimentos proporcionados pelos títulos e fundos de renda fixa atrelados ao juro básico da economia.
Estão rendendo o piso de juros, que caminham em mínimas históricas, o Tesouro Selic (versão da LFT - Letra Financeira do Tesouro, título da dívida pública federal, ofertada na plataforma do Tesouro Direto), o CDB (Certificado de Depósito Bancário), emitido por bancos para a captação de recursos que abastecem as linhas dos tomadores de crédito, e fundos de investimento como o DI e de renda fixa, e ainda papeis das financeiras como Letras de Câmbio (LC) e Recibo de Depósito Bancário (RDB).
A caderneta de poupança rende uma fração da Selic, equivalente a 70% dela (3,85% ao ano ou 0,32% ao mês, no momento). Uma rentabilidade que, de início, parece menor que o da LFT, CDB e fundos DI e de renda fixa, mas, no fim das contas, pode superar a dos concorrentes. A poupança não recolhe imposto de renda nem tem outros custos. LFT e CDB, LC e RDB pagam imposto de renda na fonte. Os fundos, além de imposto, cobram taxas de administração.
O desempenho no mercado de renda fixa continuará assim, com rentabilidade nominal e real (margem positiva acima da inflação) baixa, enquanto a Selic permanecer no chão, muito diferente daquele a que o aplicador de anos atrás estava acostumado, algo como 1% ou mais ao mês, que virou coisa do passado.
Nestes novos tempos, a renda fixa passou a ser um nicho de ganhos magros, diferente da época de juros elevados em que o investidor, com rendimento nominal elevado, pouco se importava com oportunidades de ganhos mais atraentes em outras opções, na renda fixa ou fora dela. Contentava-se com a remuneração obtida, sem sequer se preocupar também em saber se embutia ganho real, acima da inflação. Era comum que do rendimento da aplicação viesse o dinheiro com que o investidor conseguir pagar total ou parcialmente suas contas.
A queda dos juros exige mais atenção e impõe algumas estratégias para quem pretende ganhar pouco mais, sem sair da renda fixa. Uma delas consiste em alongar o prazo da aplicação. A remuneração costuma ser maior e a tributação menor em aplicações por prazos mais longos.
Não espere, porém, rentabilidades encorpadas como as vistas nos velhos tempos. Apenas alguns pontos sobre uma Selic já baixa, que tende a cair mais e achatar o juro-base de referência do rendimento.
Prazo de 2 anos
Na pesquisa semanal feita pelo buscador de investimentos Yubb (www.yubb.com.br), é possível verificar que para aplicações de dois anos, a maioria das opções oferece um rendimento superior aos 5,5% da Selic atual. E caso venha recuar para 5% na próxima quarta, todas as 10 opções mais rentáveis da plataforma estão pagando mais que a taxa básica da economia.
Aplicações de 2 anos
Emissor Distribuidor Rendimento(*) Valor mínimo(R$)
Bco Máxima (CDB) Órama 5,86% 1 mil
Ourinvest (CDB) Ourinvest 5,77% 1 mil
BRK (LC) Ourinvest 5,68% 1 mil
Avista Fin.(RDB) Avista 5,63% 1 mil
NBC (CDB) Órama 5,63% 3 mil
Bco Máxima(CDB) Nova Futura 5,63% 500,00
Bco Máxima(CDB) Ourinvest 5,63% 1 mil
Portocred Fin.(LC) PoupaBrasil 5,55% 1 mil
Portocred Fin. (LC) PoupaBrasil 5,49% 1 mil
Topázio (CDB) BTG Pactual 5,44% 1 mil
Fonte: Yubb
(*) Rendimento líquido ao ano