Discutindo a relação

Como parte do meu planejamento financeiro de começo de ano, decidi rever os gastos com cartões de crédito. Para iniciar meu inventário, tirei os tais cartões da gaveta e só então me dei conta de que tenho cinco plásticos. Isso mesmo, cinco.

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Por Denise Juliani
Atualização:

Um deles foi meu primeiro, emitido na década de 80. Era um Credicard que fiz durante uma promoção, aquelas do tipo "indique um amigo". Após alguns anos, esse cartão virou Mastercard e foi vinculado a um determinado banco, sem que eu tivesse conta corrente.

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Anos mais tarde, quando abri uma conta neste banco fui "obrigada" a aceitar um cartão. "Mas eu já tenho", disse à gerente. "Ah, mas esse não é vinculado à conta corrente e se você quer ter cheque especial, precisa ter cartão também". Assim, fiquei com dois plásticos de um mesmo banco.

Tenho outro ligado a uma instituição onde eu recebia salário e que nem existe mais, foi comprada. Por sorte, eu não tinha conta no banco comprador, pois estaria com mais um plástico "vinculado à conta corrente".

O quarto foi adquirido em uma promoção (ah, essas promoções!). Os funcionários da operadora foram até o meu trabalho e venderam para quase todo mundo. Diante da minha recusa sob o argumento de que já tenho vários cartões, a moça disse que a vantagem deste é que não tinha custo, desde que eu fizesse um pequeno gasto a cada três meses. Mas se eu quisesse ter direito a milhas em companhias aéreas e outros benefícios, teria de comprar o cartão Gold da mesma bandeira, com anuidade. Tentada pelos "benefícios", fiquei com o mais caro.

O quinto é o que mais uso atualmente, pois é do banco onde recebo meu salário.

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Como nunca deixo de pagar a fatura integramente, estou livre dos juros do crédito rotativo (que estão na casa dos 340% ao ano) mas isso não significa que o cartão não tenha custos, afinal, existe a tal anuidade.

Fiz as contas e concluí que meu gasto anual com essas tarifas é de R$ 630, o que dá R$ 52,50 por mês. Além disso, descobri que há uma diferença muito grande nas taxas dos meus vários cartões. Um deles me cobra R$ 72,00 por ano, com outro, gasto R$ 288,00 e em outro, R$ 270. A boa notícia é que com dois deles não tenho despesa, um porque está há tanto tempo na gaveta que não chegou a ser desbloqueado. E o outro me dá isenção, devido ao "ótimo relacionamento": é neste banco que estão minhas economias.

Agora vem a parte difícil. Cancelar aquele sem uso e os dois mais caros. Horas de espera na linha do call center. Precisa ser firme para resistir aos descontos que a atendente promete. Eu já caí nessa, aceitei o desconto, mas no ano seguinte a tarifa voltou a subir.

Desta vez fui mais persistente que a moça e mantive minha decisão. Um já foi. Os outros vão ter de esperar que todas as compras parceladas sejam pagas. Tudo bem, eu volto depois.

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