Há vida depois da aposentadoria

 

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Por Denise Juliani
Atualização:

Imagine ter um salário de R$ 5 mil e se aposentar com pouco mais de R$ 3 mil? E com metade disso? Essa história de que depois de deixar de trabalhar as despesas caem bastante é balela. Não preciso mais gastar com roupas e condução? Quem disse que quero vestir o pijama e ficar em casa vendo TV? O aposentado tem vida ativa, sim, e muitas vezes, mais animada que a de muita gente jovem.

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O problema é que, mesmo que você contribua para a previdência social pelo teto, dificilmente vai conseguir receber o valor máximo do benefício, que hoje é de R$ 3.916,20. As regras do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) achatam o rendimento dos aposentados com o objetivo de desestimular a retirada precoce do mercado de trabalho e, com isso, aliviar a pressão sobre as contas da Previdência. A culpa disso, diz o governo, é do aumento da expectativa de vida dos brasileiros. A melhora na situação econômica do País faz com que a gente viva mais e, em consequência, passe mais tempo recebendo do INSS.

No Brasil, os homens podem se aposentar com pelo menos 35 anos de contribuição e as mulheres, com 30 anos. E não existe idade mínima, então, há casos de pessoas pegando seu benefício com 50 anos, pois entraram cedo no mercado de trabalho. Não quiseram esperar os 60 anos (mulher) ou 65 anos (homem). Neste caso, a incidência do fator previdenciário, o tal redutor que achata os salários, impede que recebam pelo teto.

Mas também esperar a idade mínima não basta. Mesmo atingindo o mínimo exigido pela lei para "escapar" do fator previdenciário, quem se aposenta com menos de 30 anos de contribuição também terá um corte no benefício. Além disso, para receber o valor máximo, o trabalhador deve ter contribuído por muitos anos pela maior alíquota de recolhimento (11%, que atualmente equivale à contribuição mensal de R$ 430,78). Já deu para perceber como é complicado conseguir o benefício máximo.

Ocorre que muita gente entra com a papelada da aposentadoria, começa a receber o benefício, mas não para de trabalhar por necessidade (ou porque não quer ficar inativo). O bom mesmo é formar uma reserva ao longo da vida ativa com o propósito específico de complementar o benefício do INSS. E se aposentar com a idade que quiser.

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Não importa se você está no início de sua vida profissional e ainda tem muitos projetos a realizar, a poupança para a aposentadoria deve seguir paralela aos demais sonhos. É sempre possível guardar nem que seja R$ 10,00 por mês, o importante é cultivar o hábito de poupar. Pode ser uma aplicação em fundo de investimentos ou em algum plano de previdência. Se você trabalha em uma empresa que oferece um fundo de pensão como parte do pacote de benefícios, aproveite. Este é o tipo de decisão que fará toda a diferença no seu futuro.

Denise Juliani

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