O Brasil é o mercado emergente que gera o maior volume de lixo eletrônico per capita a cada ano. O alerta é da ONU, que nesta segunda-feira, 22, lançou seu primeiro relatório sobre o tema e advertiu que o Brasil não tem nem estratégia para lidar com o fenômeno, e o tema sequer é prioridade para a indústria, mostra reportagem de Jamil Chade no portal do Estadão. O estudo foi realizado pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma), diante da constatação de que o crescimento dos países emergentes de fato gerou maior consumo doméstico, com uma classe média cada vez mais forte e estabilidade econômica para garantir empréstimos para a compra de eletroeletrônicos. Mas, junto com isso, veio a geração sem precedente de lixo. Por ano, o Brasil abandona 96,8 mil toneladas métricas de PCs. O volume só é inferior ao da China, com 300 mil toneladas. Mas, per capita, o Brasil é o líder. Por ano, cada brasileiro descarta o equivalente a meio quilo desse lixo eletrônico. Na China, com uma população bem maior, a taxa per capita é de 0,23 quilo, contra 0,1 quilo na Índia. O Brasil também é o segundo maior gerador de lixo proveniente de celulares, com 2,2 mil toneladas por ano e abaixo apenas da China. Entre as economias emergentes, o Brasil é ainda o terceiro maior responsável por lixo de aparelhos de TV. É 0,7 quilo por pessoa ao ano, mesma taxa da China. Nesse setor, os mexicanos são os líderes. Segundo o estudo da ONU, falta uma estratégia nacional para lidar com o fenômeno e a reciclagem existente hoje não é feita de forma sustentável. De fato, apesar de algumas iniciativas, o consumidor que quiser descartar de maneira correta seu lixo eletrônico tem poucas opções. Algumas empresas que atuam no Brasil recolhem produtos, mas apenas os de sua marca. A fabricante de computadores Dell, por exemplo, tem um espaço em seu site para que os consumidores solicitem a retirada dos computadores usados que não querem mais. A Itautec aceita equipamentos de sua marca e encaminha para reciclatem, mas o cliente precisa entregá-los em locais definidos pela empresa. Para saber onde é preciso enviar um email à empresa. A operadora Vivo aceita baterias e celulares usados mas apenas nas lojas próprias. Existem associações que encaminham os objetos indesejados mas ainda funcionais para instituições sem fins lucrativos ou para a reciclagem. Uma delas é a ABRE (Associação Brasileira de Redistribuição de Excedentes)
Outras iniciativas:Oxigênio Comitê para a Democratização da Informática (CDI)
Mais informações também no site Lixo Eletrônico
E você, o que faz com seus equipamentos eletrônicos sem uso? Acumula no quartinho da bagunça? Doa? Vende? Joga no lixo comum? Conte pra gente.