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O blog do Caderno de Oportunidades

A conectividade inserida nos negócios

Internet das coisas, que oferece ampla área de aplicação, pode facilitar o dia a dia de empreendedores e criar novas oportunidades

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Por Cris Olivette
Atualização:

O vice-presidente de tecnologia da Totvs, Weber Canova Foto: Estadão

"A internet das coisas, (conhecida pela sigla IoT, do inglês Internet of Things) é muito mais do que uma revolução tecnológica. Fruto da evolução da computação e da comunicação, ela se tornou uma revolução social, com impacto direto na vida das pessoas, nos negócios e no comércio", afirma o

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Segundo ele, um dos protagonistas da nova era são os smartphones. "Nunca estivemos tão conectados com outras pessoas, ambientes, empresas e objetos. Além disso, sensores conectados estão se tornando muito populares e acessíveis em termos de preço."

Canova afirma que o desafio do micro e pequeno empresário é ter curiosidade para descobrir como aproveitar essas tecnologias para ajudá-lo no dia a dia. "Será preciso identificar a melhor maneira de usar a interação que pode ter com os clientes. As variações são imensas, fica difícil traçar todos os cenários porque a IoT pode ajudar no monitoramento do comércio, no controle de trânsito das cidades, no acompanhamento da saúde das pessoas, nas atividades rurais etc", diz.

Ele conta que a Totvs tem uma área só para identificar como encaixar as internet das coisas nos diversos segmentos. "É um assunto bastante quente aqui na empresa. Já desenvolvemos produtos para o varejo, microempresas, área jurídica e agroindústria. Temos, por exemplo, na parte de atendimento de enfermaria, uma solução que garante que o remédio correto está sendo dado na hora certa, na dose exata, para a pessoa certa", diz.

A startup Denox é um exemplo de negócio que nasceu para oferecer soluções inteligentes para residências e empresas, tendo como premissa proporcionar tranquilidade ao cliente em qualquer hora e lugar. Segundo um dos sócios, Gustavo Travassos, a IoT abriu a possibilidade de os objetos nos enviarem informações sobre eles.

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Um dos sócios da Denox, Gustavo Travassos exibe um modelo de rastreador Foto: Estadão

 

"Durante muito tempo tivemos de ir até as coisas físicas para ver se estava tudo bem. Agora, essas coisas transmitem dados para a internet e interagem conosco enviando e recebendo informações a todo o momento. É uma possibilidade riquíssima de extrairmos mais conforto, segurança e ciência no uso dos objetos."

Travassos explica que quando se pensa em internet das coisas, tudo o que acontece está disponível em tempo real. "Essa é a riqueza do negócio. Com ela podemos atuar sobre problemas que antes a pessoa ficava sabendo muito tempo depois, quando já era tarde."

Segundo ele, a empresa possui uma central responsável pela conectividade do local monitorado com a nuvem. "Nosso cliente pode estar em qualquer lugar do mundo e resolver problemas relacionados a segurança, pois tem acesso a imagem de câmeras instaladas em sua residência ou empresa. Também tem automação para controlar equipamentos, ligar e desligar coisas, alimentar animal doméstico, gerenciar pessoas. Pode saber, por exemplo, se os funcionários estão na loja, tudo isso em tempo real."

O empresário afirma que os serviços oferecidos pela Denox são bem acessíveis. "O usuário pode comprar os equipamentos ou pagar uma mensalidade pelos serviços. O custo do kite básico de segurança é a partir de R$ 39,90. Se ocorrer algum movimento no interior da residência o proprietário é avisado em seu smartphone e por e-mail."

Plataforma faz gestão de clínica e de todos os dados de pacientes

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Filho de médico, Thiago Delgado cresceu ouvindo o pai reclamar das dificuldades enfrentadas na administração de sua clínica. "Fazer a gestão do negócio sempre foi o ponto fraco dos médicos", afirma.

Formado em marketing e com experiência profissional em empresas de tecnologia, ele criou a Medicina Direta para desenvolver soluções voltadas a estes profissionais. "Oferecemos soluções para clínicas e consultórios que facilitam a administração do negócio e a gestão de paciente. Tudo é feito pela internet, em sistema de nuvem."

O fundador da Medicina Direta, Thiago Delgado Foto: Estadão

 

Segundo ele, a tecnologia permite que o médico acesse o prontuário eletrônico e o controle financeiro da clínica tanto pela internet quanto por iPhone e iPad. "Um médico a caminho do centro cirúrgico pode consultar todo o histórico do paciente", diz.

Delgado afirma que cada vez mais esses profissionais documentam as cirurgias para compartilhar as imagens com colegas e alunos. "Se estiver realizando a remoção de tumor e um assistente fotografar o procedimento usando o seu celular ou tablet, um colega que esteja em um outro hospital terá acesso imediato às imagens. "

Ele conta que a Medicina Direta desenvolveu uma tecnologia, em parceria com a Cielo, que permite realizar cobrança por meio de cartão de crédito sem usar a máquina de cartão.

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O empresário diz que a empresa também cria sites para médicos que são integrados à plataforma de prontuário eletrônico. "O site conversa com a plataforma, e é otimizado para que pacientes e potenciais pacientes encontrem o médico ao realizarem pesquisa no Google. Agora, estamos desenvolvendo uma solução de acesso à agenda e para marcação de consulta online", conta.

Delgado ressalta que além das facilidades, a solução digital ajuda a economizar espaço na clínica, pois elimina arquivos físicos. "Sem contar a agilidade para localizar os dados", diz.

Ele conta que o negócio começou a ser planejado em 2011 e está em atividade desde 2013. "Estamos com mais de 500 usuários e já alcançamos o ponto de equilíbrio. Os maiores usuários são urologistas, cardiologistas, neurocirurgiões, cirurgiões plásticos e obstetras."

O empresário diz que a plataforma usada pela Medicina Direta tem certificado de segurança SSL. "Além de oferecer maior disponibilidade de acesso, o sistema em nuvem é mais seguro. O certificado SSL é o mesmo usado pelos bancos na internet. As informações ficam armazenados em dois datacenters, o que garante 100% de integridade dos dados" afirma.

Pesquisador do MIT foi o primeiro a usar a expressão

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O termo internet das coisas, do inglês Internet of Things (IoT), foi usado pela primeira vez pelo pesquisador britânico do Massachusetts Institute of Technology (MIT), Kevin Ashton, em 1999. Em entrevista à revista Inovação em Pauta, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o cientista diz que a expressão se baseia na ideia de que presenciamos o momento em que duas redes distintas - a rede de comunicações humana, exemplificada pela internet, e o mundo real das coisas - precisam se encontrar. "Um ponto de encontro onde não mais apenas 'usaremos um computador', mas onde o 'computador se use' independentemente, de modo a tornar a vida mais eficiente. Os objetos - neste caso as 'coisas' - estarão conectados entre si e em rede, de modo inteligente, e passarão a 'sentir' o mundo ao redor e a interagir."

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