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O blog do Caderno de Oportunidades

Apoio para construir um grande negócio

Saiba como jovens empresas com alto potencial podem ser selecionadas para receber orientação de entidade de prestígio internacional

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Por Cris Olivette
Atualização:

Diretor de apoio a empreendedores da Endeavor, Luiz Guilherme Manzano Foto: Estadão

A Endeavor - organização internacional de prestígio que fomenta o empreendedorismo de alto impacto - atua em 22 países e chegou ao Brasil em 2000. Desde então, 133 empresários que representam 77 negócios, foram convidados a passar por processo de seleção e obtiveram o seu reconhecimento. Hoje, todos são considerados empreendedores Endeavor - uma possibilidade desejada por empresários que anseiam ver seus negócios se expandirem.

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O diretor de apoio a empreendedores da instituição no Brasil, Luiz Guilherme Manzano, diz que o seu trabalho consiste em achar empresas grandes enquanto elas são pequenas. "Empreendedores inovadores que sonham grande e criam empresas que transformam os setores nos quais atuam, este é o perfil do empresário de alto impacto que buscamos", diz.

Dados da Endeavor apontam que 1% das empresas brasileiras têm esse perfil. Juntas, são responsáveis pela geração de 50% dos novos empregos. Até 2030, a meta da organização é triplicar esse número e chegar a 100 mil negócios.

Para Manzano, mesmo uma empresa que ainda seja pequena possui características capazes de demonstrar que ela será grande no futuro. "Usamos três critérios de avaliação ao convidar uma empresa para o processo de seleção. Um deles é o seu potencial de crescimento."

Ele diz que este item envolve dois fatores. O primeiro é o potencial do mercado, que deve ser grande e ter perspectivas de continuar assim. O outro aspecto é que o negócio tenha elementos que indiquem que poderá ganhar escala e que tenha as bases necessárias para continuar crescendo. "Também olhamos o cenário competitivo. Analisamos com profundidade o quão única a empresa é naquele segmento, os seus diferenciais competitivos, vantagens que tem frente à concorrência, e quais são as barreiras que está formando para potencias novos entrantes."

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Manzano afirma que a melhor forma de visualizar o futuro da empresa é olhar seu histórico de realizações. "Verificamos o quanto vem crescendo, o quanto seu produto ou serviço vem obtendo reconhecimento e se vem conquistando grandes clientes, pois eles têm um processo super criterioso para selecionar os seus fornecedores."

Ele diz que o empreendedor também é avaliado. "Precisamos saber se ele é o cara certo para liderar o crescimento daquela organização. Olhamos muito o seu perfil. Buscamos lideres que queiram fazer coisas grandes e significativas, que pensem grande, façam as coisas do jeito certo e tenham grande capacidade de execução. Nos preocupamos com o exemplo que ele será para outros empreendedores. Além disso, buscamos pessoas otimistas."

Segundo Manzano, o faturamento não tem grande influencia nessa escolha. "Já selecionamos empresas faturando R$ 300 mil e outras R$ 100 milhões. A média é em torno R$ 15 milhões. Mas não criamos restrições neste aspecto para não fazermos uma análise errada."

O diretor acrescenta que é importante que o empresário seja apaixonado pelo que faz e esteja disposto a realizar transformações. "Também deve estar de acordo com a crença que a Endeavor tem de devolver à sociedade, ou para novos empreendedores, aquilo que vai receber ao ser selecionado. E que depois construa um grande caso de sucesso e use o dinheiro que ganhar, sua reputação, o conhecimento que adquirir para impulsionar novos empreendedores."

Ele diz que é essencial que o empresário continue movimentando esse sistema para fazer a roda girar, seja investindo em novos negócios, prestando mentoria, ou atuando de alguma outra forma para estimular e disseminar o empreendedorismo de alto impacto.

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Segundo ele, a única maneira de o empreendedor perder o reconhecimento da Endeavor é cometendo alguma falta ética. "Caso isso ocorra, ele perde o poder de exemplo, de inspirar e de impactar os outros. Nos preocupamos bastante com isso mas são raros os casos."

Manzano conta que o processo de seleção é baseado em indicações feitas pela rede de mentores. "Costumamos dizer que escolhemos para ser Empreendedor Endeavor empresas que já foram escolhidas pelo mercado, é ele que aponta os empreendedores de destaque. Temos de ficar com o radar ligado para enxergar entre as que se destacam, as que serão muito grande lá na frente."

Fundador da B2, Ricardo Buckup Foto: Estadão

Para longe da zona de conforto

Quem já passou pelo processo e foi aprovado conta os benefícios que a ação trouxe ao negócio

Criada para organizar eventos marcantes no momento da formatura dos estudantes, a B2, de Carlos Balma e Ricardo Buckup, é empresa Endeavor desde 2010. "Passamos pela seleção em 2009, mas os mentores disseram que tínhamos de definir melhor o foco do negócio, pois estávamos atuando em várias frentes", afirma Buckup.

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Em três meses, os sócios mudaram a estrutura da B2 e abriram mão de três frentes que não tinham diferencial em relação ao mercado. "Fortalecemos a frente principal para sermos lideres de mercado. Após seis meses, apresentamos os primeiros resultados à banca nacional e tivemos sinal verde para irmos ao painel internacional, em Punta del Este (Uruguai), onde fomos aprovados", conta.

Ele diz que ser um empreendedor Endeavor proporciona o privilégio de aprender com empresários experientes e muito capacitados. "Eles nos inspiram a querer fazer mais e melhor, a olhar os problemas e não vê-los tão gigantes. Para tirar dúvidas, sempre temos um papa no assunto." Fundada em 2002, a B2 tem 150 pessoas na equipe e cresce 30% ao ano.

O CEO da Neoassist, Albert Deweik conta que na Endeavor as pessoas têm opinião que é compartilhada por ele: sonhar grande ou pequeno gera exatamente o mesmo trabalho. "O que conta muito na hora de selecionar um negócio é que o empresário tenha claro onde quer chegar e qual é o tamanho que o negócio poderá ter no futuro."

Deweik diz que foi convidado a participar da seleção após marcar presença em um painel sobre internet realizado pela organização. "A Neoassist foi eleita uma das três melhores participantes e recebemos o convite. O processo seletivo começou em 2013 e no final de 2014 fomos aprovados no painel internacional, em Miami (EUA)."

Segundo ele, o processo seletivo é extremamente rico porque valida o negócio e as estratégias futuras. "Recebemos retornos que nos fizeram repensar estratégias, posicionamentos e a forma de crescimento que pretendíamos para a empresa."

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Como empresa Endeavor, a NeoAssist participa de reuniões e eventos especiais de empreendedorismo e negócios, além de ter acesso à rede de networking dos executivos globais da organização. "Depois de todo esse aprendizado, dá vontade de passar isso para frente, conversar ou palestrar para novos empreendedores. Esta é uma rede que se ajuda e que se auto fomenta para receber e compartilhar cada vez mais."

O CEO da Maxtrack, Carlos Pinto, afirma que fazer parte do time de empreendedores Endeavor provoca, em via de regra, uma mudança radical no modelo mental dos empresários. "A mudança é amparada pela rede de mentores. O contato com outros empreendedores e a capacitação permanente por meio de acesso a excelentes cursos no Brasil e no exterior, tira os empresários da zona de conforto e os faz buscar objetivos e desafios maiores."

Ele diz que o processo seletivo já é uma grande experiência. "Aprendemos a entender nosso negócio e nossos diferenciais, a desenhar nossa visão de futuro, a falar do negócio de forma objetiva, a conhecer nossos pontos fortes, fracos e as ameaças."

Após ser aprovada, em 2012, a Maxtrack iniciou uma fase de fortalecimento do processo de governança, profissionalização e pensamento estratégico. "Os resultados já começam a se mostrar em diferentes áreas internas e no mercado, embora a parte de maior impacto deva se tornar evidente a médio prazo."

CEO da Um%, Fábio Di Giacomo Foto: Estadão

Coaching virtual está acessível a todos no site da organização

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Parceira da Endeavor, a empresa de coaching Um% trabalha para "proporcionar a evolução do ser". Segundo o CEO, Fabio Di Giacomo, o processo de evolução envolve três pilares que ele chama de 'be', 'do' e 'have' (ser, fazer e ter). "Por serem empreendedores de alto impacto, fazem o negócio crescer rápido. Esta é a etapa do 'have', diz."

Di Giacomo afirma que o crescimento traz a necessidade de fazer diferente e melhor, entrando no campo do 'do'. "Conforme a empresa cresce, a equipe tem de crescer para acompanhar essa expansão. No entanto, por trás do crescimento tem o ser humano, referente ao 'be', é aí que entra o processo de evolução do ser humano", diz.

Segundo ele, essa evolução está associada aos pensamentos, emoções e comportamentos da pessoa. "Na medida em que a empresa cresce, o limite passa a ser o próprio ser humano com os seus modelos mentais. Se ele continuar tendo os mesmo modelos mentais de quando a empresa era pequena, irá limitar o processo de crescimento do negócio", afirma.

Ele conta que a parceria também envolve a geração de conteúdo para um web seminário. "Desenvolvemos uma série com vários vídeos que ajudam os empreendedores a obter mais autoconhecimento. Todo o material está disponível no portal da Endeavor para qualquer pessoa acessar. É uma espécie de coaching virtual."

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