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Como montar uma loja de roupas e obter sucesso

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Dica. Sexo, renda e faixa etária são a base para a escolha de público-alvo, segundo especialista  (foto SXC.HU) Foto: Estadão

CLAUDIO MARQUES

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Sonho de empreendedorismo para muitos, criar e manter uma loja de roupas exige disciplina e busca por conhecimento. "Hoje, o varejo é atividade para profissionais. O mercado está mais transparente", afirma o presidente do Instituto Brasileiro de Executivos do Varejo (Ibevar) e do conselho do Programa de Administração do Varejo (Provar), Claudio Felisoni de Angelo.

Ele acredita que a competitividade do setor requer empreendedores mais bem preparados. "Não se pode mais simplesmente repassar as ineficiências da operação para o preço, porque o mercado é muito mais transparente em relação a preços e às condições que se pratica", diz.

Com esse quadro em mente, o candidato a empreendedor precisa analisarse gosta da atividade, se tem aptidão para ela, ou se tem aversão ao risco - que é inerente ao ramo.

Se o pretendente a lojista concluir que está no caminho certo, pode, então, começar a preparar seu plano de negócios e seguir as dicas do consultor do Sebrae Gustavo Carrer. Uma das medidas iniciais a tomar diz respeito à escolha do público-alvo.

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"Sexo, renda e faixa etária são a base para a escolha. Mas o detalhamento deve ser maior. É preciso pensar no perfil comportamental dos grupos de referência, escolher a 'tribo', a comunidade, que a empresa buscará captar. Ao mesmo tempo, também é preciso pensar no mix de produtos", afirma Carrer.

Vencida essa etapa, outra decisão fundamental é a escolha do ponto. Como o público-alvo e o mix já estão definidos, vai-se buscar o local que oferece mais conforto e conveniência ao futuro comprador. "Deve-se observar, também, os concorrentes que você vai enfrentar na região", diz.

Assim, evita-se descobrir mais tarde que existem, por exemplo, muitas empresas que vendem produtos similares para o mesmo público, ou nem se encontra o publico-alvo naquela área. "O empresário pode querer um público mais sofisticado numa região mais simples, ou o inverso. Pode oferecer roupa para mulher independente e na área só haver mulher casada e com filho", acrescenta Carrer.

Para Felisoni, existem várias formas de descobrir se um ponto é realmente o ideal. "Por exemplo, observar cuidadosamente onde esse pequeno negócio vai estar em diferentes horários, em diferentes dias e, se possível, em meses diferentes. Também é bom conversar com a vizinhança e verificar se é um fluxo de passagem."

O passo seguinte é fazer um projeto de arquitetura e do visual, do merchandising, da loja. A quantidade de araras, expositores, prateleiras e balcões depende do mix do produto. "Ao mesmo tempo, a arquitetura tem de transmitir a mensagem correta para o cliente. Se é um público jovem, por exemplo, a arquitetura, o visual, tem de ser jovem."

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Em seguida, é a vez do plano de divulgação. "Como já se definiu o público, fica fácil saber onde ele mora, onde trabalha, quais os canais de comunicação que está acostumado a utilizar, se é mais sensível à mídia social ou à impressa. Ou seja, é preciso identificar oportunidades de comunicação e quais são os veículos mais adequados. Feito tudo isso, é preciso montar um plano de comunicação para os primeiros seis meses da loja.

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No plano, também pode ser definido quando haverá promoções, lançamento de coleção e outras novidades. Carrer recomenda que o lojista tenha, desde o começo das atividades, um bom banco de dados para cadastrar e registrar os clientes para fazer marketing direto.

Inaugurado o negócio, o comerciante e conselheiro executivo da Associação dos Lojistas do Brás (Alobrás), Jean Makdissi Júnior, defende que o lojista deve ter disciplina e não parar nunca de buscar conhecimento sobre gestão e gerenciamento.

Ele recomenda que o dono não tenha foco somente no preço. "O lojista tem de pensar em se diferenciar", diz. "Diferenciar o atendimento, trazer produtos interessantes. É óbvio que a variante preço é muito importante. Mas, se ele coloca um preço muito alto, não vende, e se coloca baixo, não viabiliza o negócio e, muitas vezes, até desvaloriza o produto. Então, ele precisa ter a medida e pensar que não é só preço que vende, é toda a combinação de atendimento, qualidade e oferta que ele vai oferecer."

Makdissi orienta o pequeno empreendedor iniciante: "No dia a dia, não misturar suas finanças pessoais com a do negócio é essencial. O lojista deve elaborar, desde o princípio, um demonstrativo de resultados, um fluxo de caixa e fazer uma previsão orçamentária".São ações e medidas que exigem disciplina, mas são imprescindíveis para o sucesso.

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