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O blog do Caderno de Oportunidades

Evento é ponte entre grandes e startups

Movimento 100 Open Startups realiza competição a fim de medir o grau de atratividade que empresas iniciantes têm para o mercado

Por Cris Olivette
Atualização:

Rafael Levy (à esq.) e Bruno Rondani, mentores do Movimento 100 Open Startups Foto: Estadão

As inscrições para o ciclo 2016 do Movimento 100 Open Startups estarão abertas até 15 de agosto em www.openstartups.org.br. Neste ano, as startups devem escolher um desafio entre 20 opções, dez a mais do que em 2015.

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"São 20 grandes temas que abordam assuntos como cidades inovadoras, educação do futuro, energia, fármacos e cosméticos, varejo, entre outros", diz um dos idealizadores da competição, Bruno Rondani. Segundo ele, 1.500 executivos de 120 grandes empresas estão cadastrados para avaliar e contribuir com os projetos das startups. "O ponto de entrada para as grandes empresas é dizer o que elas estão buscando e se comprometer a avaliar."

Rondani afirma que ao entrar na rede a empresa não tem de se comprometer a contratar uma startup. "Nosso foco é a cocriação com as startups e não a busca de inovação pronta para implantar na empresa. Esse é o modelo antigo de 'open innovation'. A ideia atual é que a construção de algo novo ocorra da parceria entre a startup e a grande empresa", explica.

Ele conta que as companhias indicam em quais áreas dos desafios têm interesse e iniciam contato com as startups que atuam nessas áreas. Na última etapa elas selecionam com quais desejam trabalhar junto. "Nossa preocupação maior é medir o quão atraente a startup é para o mercado."

Ranking. Essa medição resulta no ranking das 100 startups que tiveram as melhores avaliações feitas ao longo das cinco etapas do processo. "O ranking que acabamos de lançar é do ciclo 2015, que teve 1.569 projetos inscritos e foi totalmente consolidado no dia 30 de maio, após ser validado e auditado", diz.

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Rondani afirma que esse trabalho tem um valor muito grande, porque não existe no mercado outro ranking validado metodologicamente. "Qualificamos, quantificamos e aplicamos métrica de evolução das startups. Criamos uma métrica objetiva, que resulta em um produto relevante para o mercado ao apresentar empresas que foram consideradas interessantes para fazer negócio", diz.

CEO da Nexxto, Antonio Carlos Rossini Foto: Estadão

Criada em 2010, a Nexxto ocupa a terceira colocação no ranking. A empresa desenvolve soluções na área de internet das coisas, entre elas o rastreamento de ativos de tecnologia. "Temos uma família de soluções para rastrear, fazer sensoriamento e monitoramento de ativos e de ambientes em tempo real", conta o CEO, Antonio Rossini.

A Nexxto desenvolve sensores que localizam em tempo real um ativo, monitoram temperatura e umidade de um ambiente e medem o consumo de energia de equipamentos. "Por meio de smartphone, iPad ou computador os clientes controlam seus equipamentos."

Rossini afirma que o principal benefício do 100 Open é a aproximação com grandes empresas. "Conseguimos desenvolver parceria de sucesso com as empresas que fomos conectados. O movimento une startups que têm ideias e pessoas muito boas, e grandes empresas que têm necessidade de inovar."

Na fase final, os empreendedores participaram de mesas redondas durante três dias. "Mantivemos contato com executivos que nos ensinaram a construir cultura corporativa de sucesso e implementar sistemas de gestão de performance. Recomendo a participação a todos que queiram validar seu modelo de negócio e fazer parte de um ecossistema rico, formado por empreendedores e executivos de altíssima qualidade, que ajudam a empresa a crescer."

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Fundadora da StoryMax, que ocupa a nona colocação no ranking, Samira Almeida diz que demorou um tempo para entender a proposta do movimento. "Entendi completamente quando cheguei à final e conheci os integrantes da rede e Falar com presidentes de empresas. Estar diante de quem decide faz muita diferença. Esse é um bem inestimável que o evento nos proporciona", afirma.

Livros digitais. A empresária conta que a StoryMax é uma publicadora de livros aplicativos. Ou seja, livros digitais interativos para tablets e smartphones. "A ideia surgiu em 2012, quando as editoras do País estavam abrindo áreas digitais. Pensamos em criar um produto mais atraente do que os que estavam sendo produzidos e lançamos o app book Frankie for Kids, com versões em inglês e português, que ainda faz sucesso em vários países sem esforço de marketing."

Fundadora da StoryMax, Samira Almeida Foto: Estadão

Ela afirma que os livros aplicativos da StoryMax são clássicos literários bem editados e ilustrados, com animações, sons e interatividades que tornam a leitura bem mais engajada.

Samira conta que na final do 100 Open fechou um grande contrato com a dinamarquesa Novozymes, que tem filial no Paraná. "A Dinamarca é signatária da ONU. Nesse caso, as grandes empresas do país são convidadas a serem signatárias também. Eles são muito engajados e têm projeto de educação que visa educar jovens do mundo inteiro sobre questões de ciências, biologia, biotecnologia e sustentabilidade."

A tarefa da StoryMax é desenvolver livros aplicativos em inglês, português e espanhol abordando temas dos 17 objetivos para o desenvolvimento sustentável lançados pela ONU em 2015. "Usaremos contos de autores universais relacionados a cada tema apontando a relevância do conto para os dias atuais, propondo atividades, reflexões etc."

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A Nama, de Rodrigo Scotti, é a sexta colocada no ranking. Além dos quatro sócios, o negócio tem oito funcionários e está desenvolvendo projetos-piloto para companhias que conheceram no 100 Open.

A empresa foi criada no início de 2014 e trabalha com inteligência artificial, especificamente voltada à linguagem natural. "Nosso foco é desenvolver soluções que facilitem a comunicação entre humanos e máquinas. Moldamos a empresa com o objetivo de usar todo o poder que assistentes pessoais, como o Google Now, têm para ajudar a resolver problemas que frustram consumidores e prejudicam empresas", diz Scotti.

Segundo ele, a Nama pode melhorar o atendimento ao consumidor com inteligência artificial que tem a capacidade de conversar com as pessoas. "Essa conversa é bem mais avançada do que os sistemas usados pelo mercado. Desenvolvemos uma maneira de fazer o computador entender as características do que foi falado."

Ele conta que um dos projetos pilotos em desenvolvimento é para o Poupatempo. "A pessoa pode falar que precisa agendar um horário para depois de amanhã para tirar um novo RG por volta das 15h. O computador vai entender todo o conteúdo e se a pessoa já tiver um pré cadastro, ele saberá onde a pessoa mora, qual unidade é mais próxima e irá agendar o serviço, acelerando o atendimento."

Scotti afirma que outro piloto que está em desenvolvimento é para o Bradesco. "A aplicação dos projetos têm duração de seis meses mas podem ser estendidas", conta.

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Rodrigo Scotti (sentado) é um dos fundadores da Nama Foto: Estadão

O empresário afirma que a tecnologia desenvolvida pela Nama é muito avançada em detrimento as que são usadas por grandes empresas.

"Isso chega a ser engraçado porque as pessoas normalmente duvidam quando fazemos essa afirmação. Mas quando fazemos a demonstração todos ficam surpresos. Desenvolvemos esse produto aqui em São Paulo. É uma tecnologia que está pau a pau com o que está sendo desenvolvido no Vale do Silício, região mais avançada em termos tecnológicos", ressalta.

A Nama foca grandes empresas. "Todas estão abertas a inovar, ainda mais quando implica em redução de custo e melhoria da experiência." Segundo ele, participar do 100 Open foi um ótimo termômetro para ver como as empresas reagiam com a solução desenvolvida por eles.

"Conseguimos muitos contatos e obtivemos uma boa visibilidade. O fato de termos tido destaque no ranking fez muitas empresas se interessaram em conhecer melhor nosso produto. O networking foi essencial e resultou em mais propostas de projetos pilotos."

Scotti salienta que o grande diferencial do movimento é que ele envolve pessoas do mercado. "Nesse ambiente, o empreendedor pode mensurar se as empresas realmente querem o seu produto. Ter empresas participando de todo o fluxo é enriquecedor. Já o ranking se dá com base no que as empresas acharam das startups, se querem continuar o contato com elas etc. Isso é bem bacana."

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