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Fast food saudável de açaí cresce com franquia

Georgios Frangulis, sócio da OakBerry, diz que demanda no setor estava reprimida

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Atualização:

Georgios Frangulis. Foto: Hélvio Romero/Estadão

Augusto Decker ESPECIAL PARA O ESTADO Uma das regras de ouro para empreender é encontrar uma demanda de mercado. Ela pode ser de um novo produto ou serviço ou até mesmo um diferencial que não venha sendo ofertado pela concorrência. "É importante visualizar o que falta, ao invés de simplesmente pensar em algo que você gosta", reforça Georgios Frangulis, fundador e principal sócio da OakBerry, rede de franquias de açaí.

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Pesquisa

Foi esta a lógica que ele usou para abrir o seu negócio. "Em 2015, fui para a Califórnia para procurar um gap no mercado americano e percebi a falta da oferta de um produto de alimentação com preço baixo, saudável, entrega rápida, e operação enxuta e padronizável", afirma.

No fim das contas, Frangulis acabou não abrindo sua empresa nos Estados Unidos, mas adaptou a operação e trouxe a ideia para o Brasil. Segundo ele, o diferencial de sua rede no Brasil é oferecer um jeito mais fácil e rápido de as pessoas consumirem algo que elas gostam. "Nossa expansão decorre de uma demanda reprimida há algum tempo."

Risco

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Em razão desta convicção, ele defende que o rápido crescimento não pode ser comparado a casos de redes que, após vertiginosa expansão, tiveram declínio e saíram no mapa. "Se eu preciso explicar no mercado brasileiro o que é uma paleta mexicana, eu nunca precisei explicar o que é um açaí", afirma.

Para o empreendedor, o risco de demanda passageira acontece com produtos não consolidados no mercado. "O açaí é consolidado no Brasil há mais de duas décadas", afirma.

Expansão

A aposta vem dando certo. Após abrir o negócio em 2016 e criar 27 unidades, a expectativa é encerrar 2018 com 90 pontos comerciais - em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul - e faturamento entre R$ 20 milhões e R$ 25 milhões, ante receita atual de R$ 4,5 milhões.

O grupo também vai se expandir para o exterior, com uma filial prestes a abrir em Orlando, nos Estados Unidos. "Tenho um contrato de desenvolvimento para o Oriente Médio com um grupo de investidores para abrir 39 lojas nos próximos 36 meses. E estamos em negociações avançadas no Peru e na Austrália", conta Frangulis.

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Segundo ele, o açaí já é um produto conhecido nos grandes centros. "Temos pesquisas, por exemplo, que mostram que as buscas por informações sobre o produto na internet são bastante elevadas nestes mercados", conta.

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Percurso

Embora não tenha tido uma trajetória típica de empreendedor, Frangulis diz que sempre pensou em empreender e o desejo guiou sua formação. Ele conclui o curso de Direito em 2013 pela Fundação Armando Alvares Penteado (Faap). "Queria fazer um curso útil em qualquer frente", conta.

Depois de formado, Frangulis seguiu o caminho dos pais e se mudou para Miami, onde trabalhou com imóveis. "Nesse ramo, precisamos negociar todos os dias e diretamente com pessoas com distintos perfis, como corretor, empreiteiro, pedreiro, autoridades públicas - para obter alvarás e intervenções, por exemplo", diz.

Outro aprendizado foi atuar em um país com fortes regras de compliance. "Nos Estados Unidos, há muitas regras e aprendi que sempre precisamos de um bom planejamento." Ao deixar o mercado de imóveis para seguir o sonho de empreender, Frangulis começou a pesquisar um segmento que fosse promissor nos EUA, mas enfrentou dificuldades para conseguir um ponto comercial.

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"Eu era um brasileiro, com uma empresa nova, sem nada para mostrar, buscando ponto de venda nas ruas mais concorridas do mundo, em Santa Monica, Califórnia. Além disso, o preço do dólar era elevado. Queriam uma garantia de três ou quatro meses adiantados, cerca de US$ 600 mil", diz.

Formatação

Ao voltar ao Brasil e replanejar o negócio, Frangulis enfrentou uma nova série de entraves burocráticos, além da dificuldade de convencimento de potenciais parceiros de que uma operação com o açaí como carro-chefe poderia atrair um público amplo. "Levamos quase seis meses para formalizar o negócio."

Depois de fechar o primeiro ponto comercial, no Shopping Cidade São Paulo, as vendas deslancharam e os sócios decidiram atuar no segmento de franquias para acelerar o crescimento. As franquias são no modelo de quiosques. Eles lembram barracas de feira e os pedidos são preparados e entregues em até dois minutos.

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