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Franquias de serviços em sua própria casa

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A franqueada da Home Angels Verena Grossi carrega o escritório em uma bolsa a tiracolo Foto: Estadão

Cris Olivette Seguindo o modelo de negócio difundido em países da Europa e nos Estados Unidos, brasileiros também adotam franquias home based, nas quais, como o próprio nome indica, a base de operação é a casa do franqueado. O economista Cristiano Romano, de 27 anos, chegou a ter um escritório que prestava serviços para bancos, antes de virar um franqueado BagNews, marca que vende publicidade em embalagens como sacolas, sacos de pão e caixas de pizza. "Conheci a BagNews e gostei da ideia por ser super simples e ter uma pegada ecológica, porque usa papel reciclado. Além disso, o investimento de R$ 25 mil é baixo em relação aos preços praticados no mercado, e quase não tem custo fixo, já que dispensa o aluguel de um ponto comercial." Romano afirma que realiza a maior parte do trabalho na rua, visitando os clientes. "Em casa, uso o computador apenas para produzir o layout dos anúncios." Salvatore Privitera, um dos donos da franqueadora BagNews, conta que a ideia do negócio surgiu na época da implantação da lei Cidade Limpa. A escolha do formato home based ocorreu após o período de testes. "Chegamos à conclusão de que propaganda se vende, não é o cliente que vem comprar. Então, não é necessário ter o custo de montar um ponto comercial e perder tempo no trânsito para ir até o escritório", afirma. Em atividade desde 2008, a marca conta hoje com 22 franqueados e tem unidades no Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro, na capital paulista e no interior do Estado. Segundo Privitera, o retorno do investimento ocorre, em média, em um ano. O dono do Grupo Zaiom, Artur Hipólito, também aliou o modelo home based com o de microfranquias (aquelas que requerem investimento inferior a R$ 50 mil) e lançou no mercado seis marcas com investimento médio de R$ 20 mil. "Durante muitos anos fui CEO do grupo Multi, ligado a rede de franquias Wizard. Em 2007 deixei o emprego para montar o meu próprio negócio." Para Hipólito, as microfranquias criaram um divisor no franchising brasileiro. "Até então, franquia era um negócio para quem tinha alto poder aquisitivo. Hoje, temos mais de 300 unidades em operação em todo o País. Na próxima feira da Associação Brasileira de Franchise, que acontecerá em junho, o Grupo lançará a marca Fale Globish, de curso de inglês." Segundo Hipólito, quando se fala de operação home based as pessoas imaginam que o franqueado vai passar o dia trabalhando em sua casa. "Não é isso o que ocorre, porque os nossos serviços são todos prestados na casa do cliente." Até o momento, o Grupo Zaiom tem no mercado as marcas Doutor Jardim, Doutor Faz tudo, Home Angels, Amigo Computador, Tutores e Home Depil. O empresário afirma que alguns franqueados fazem a opção por uma sala comercial para ter mais foco, porque no ambiente doméstico muitas coisas podem desviar sua atenção. "Por isso, o franqueado depende da colaboração das outras pessoas que moram na casa. Trabalhar em casa é uma solução para evitar o estresse do trânsito, mas só serve para pessoas que tenham foco." Formada em direito e franqueada da marca Tutores, de reforço escolar, Camila Lelis queria ter um negócio e pesquisou diversas opções durante um ano. "A Tutores me conquistou em razão do conceito da empresa e por estar dentro do que eu poderia investir." Em atividade desde 2011, sua unidade conta com 22 professores que atendem alunos desde o ensino fundamental I até o universitário. De sua casa, Camila administra a empresa, cuida da logística das aulas, seleciona e treina os professores e mantém contato com os clientes. "O modelo é bastante interessante para quem quer ter liberdade de horário. Além disso, quem mora em São Paulo sofre com o trânsito difícil. Com o home based é só levantar e já estou no trabalho." Por ter a empresa dentro de casa. Camila trabalha, em média, 12 horas por dia. Outra franqueada do Grupo Zaiom é Verena Grossi, proprietária desde de dezembro passado de uma unidade da Home Angels, que oferece serviços de cuidadores. "É bom trabalhar em casa, porque dá para expandir o horário. Na verdade, vou para todos os lugares com uma pasta a tiracolo, levando o escritório comigo. Assim, posso atender meus clientes a qualquer hora e em qualquer lugar." Verena conta que quando vai selecionar cuidadores ou fazer reunião, aluga uma sala em um escritório compartilhado. "No futuro, penso em abrir uma sala comercial." Em atividade há quatro meses, a empresária já contratou dez cuidadores e diz que no mês passado o volume de entrada cobriu o gasto mensal da operação. Internacional. A Expense Reduction Analysts (ERA) é uma consultoria de origem inglesa que está no Brasil desde 2004 e atua globalmente com o modelo home based. A empresa é especializada em analisar, otimizar e reduzir os custos das empresas. Segundo o franqueado master Fernando Macedo, a ERA conta com dez franqueados no Brasil e cerca de 800 no mundo. Macedo diz que para trabalhar em casa, os franqueados são orientados a ter disciplina e foco nos resultados, além de rígido cronograma de trabalho. "Eles também devem portar cartões de visita corporativo, que além de identidade visual têm endereço e telefone do escritório da franqueadora. Estas informações também constam de suas assinaturas eletrônicas." O empresário diz que tais providências dão credibilidade ao mercado, independentemente de onde eles efetivamente desenvolvam os trabalhos.

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