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'Nós criamos cenários e nos antecipamos a eles'

Dono da empresa de move management, Arnaldo Petarnela afirma que além do serviços habituais, consultoria oferecida a clientes é seu diferencial

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 Foto: Estadão

Mudar de casa envolve planejamento, trabalho e muitos transtornos. Principalmente quando se trata de uma transferência para um outro país, que exige os mais vários tipos de documentação. Ex-funcionário de grandes empresas de mudanças - começou a trabalhar com 16 anos no setor-, Arnaldo Petarnela sabia que havia espaço para criar no Brasil o serviço de move management, que consiste em gerenciar todo o processo de mudança de um cliente, desde a vistoria dos bens na residência de origem, até a entrega efetiva na cidade final de destino, passando pela obtenção da documentação necessária.

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Por isso, em 1996, ele decidiu abrir a NetMove, com US$ 5 mil emprestados por um amigo, para atuar no segmento corporativo. Sua decisão mostrou-se acertada: "Um mês depois da abertura, consegui um grande contrato, em seis meses paguei o empréstimo e a empresa já estava dando lucro".

Petarnela, diz que criou a empresa para fazer a interface entre os departamentos de RH, que tratam da expatriação de funcionários, e as empresas de mudanças. Ao ser informada de uma transferência de funcionário, a NetMove passa, então, a dar todo o apoio em logística, em questões administrativas, de finanças e de aduana. "Em 1996, esse serviço não era muito conhecido, mas deu certo. Hoje temos mais de 100 clientes ativos."

Com o crescimento, o negócio também se diversificou. "Mantivemos a característica de move management, mas hoje também temos uma empresa de mudanças, a AlphaMove, criada em 2011. Assim, tanto podemos vender a assessoria quanto o serviço de mudança, propriamente dita." A sede das empresas situa-se no município de Osasco.

Ao mesmo, lembra Petarnela, ele foi profissionalizando a gestão e criando departamentos. "Temos o de importação, de exportação, o de qualidade, comercial e jurídico-financeiro. E eu descentralizo bastante a gestão, porque gosto de tomar as decisões estratégicas. E todo mundo que está em posição de liderança é muito bem treinado."

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Petarnela também atribui o sucesso do empreendimento a um outro fator. "Sendo uma empresa de gerenciamento, temos de trabalhar muito bem a informação. Eu uso aqui um treinamento que consiste na antecipação da informação relevante, precisa ser disseminada", diz.

Ele exemplifica. "Ficamos sabendo que vai haver greve de portuários em certo mês. A partir do primeiro dia, disseminamos para nossos clientes qual seria o impacto dessa greve nas mudanças. Não se pode simplesmente dizer que vai ocorrer uma greve. Temos de criar cenários, se antecipar a eles alertando os clientes para eventuais impactos."

Com isso, se o cliente fosse, por exemplo, enviar uma mudança do México para o Brasil, ele pode avaliar se é melhor esperar, deixar a mudança armazenada no local de origem com um custo menor do que ficar parada aqui por 40 dias pagando despesas portuárias. "Isso é quase uma consultoria, é o que faz diferença em nosso mercado."

Segundo Petarnela, a empresa possui agentes em todos os Estados e no exterior. Internamente, as equipes são formadas por 13 pessoas na NetMove e mais 23 na AlphaMove. Em 2015, foram feitas 1.100 mudanças, das quais mais de 800 foram para o exterior. "São 90 mudanças por mês. Considerando-se apenas os dias úteis, temos 4,5 por dia", calcula.

O empresário diz que neste ano, não deve igualar o número de operações feitas em 2015, porque as importações (mudanças de estrangeiros para cá) caíram muito, embora as exportações tenham aumentado.

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O faturamento hoje está em torno de 3% inferior ao do ano passado, que atingiu US$ 6 milhões. No entanto, Petarnela prevê que os valores vão se igualar aos do ano passado, porque as exportações estão aumentado, e o valor agregado delas é maior.

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