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Agronegócio perde Diniz Junqueira, um dos ‘pais’ do Proálcool

Nascido em Morro Agudo (SP), no interior, filho de famílias tradicionais, tornou-se um dos pioneiros no cultivo de soja na região norte do Estado

Foto do author José Maria Tomazela
Por José Maria Tomazela
Atualização:

SOROCABA – Considerado um dos ‘pais’ do Programa Nacional do Álcool (Proálcool), morreu na madrugada desta sexta-feira, 21, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, o empresário rural e usineiro paulista Eduardo Diniz Junqueira, aos 94 anos. Junqueira foi fundador e dirigente da Associação Brasileira de Agronegócio (Abag), que transformou Ribeirão Preto na “capital do agronegócio” brasileiro. Também participou da criação da União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo (Única).

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Nascido em Morro Agudo, no interior, filho de famílias tradicionais – Junqueira, de Minas Gerais, e Almeida Prado, de São Paulo – tornou-se um dos pioneiros no cultivo de soja na região norte do Estado. Em 1963, participou da fundação da Cooperativa de Agricultores da Região de Orlândia (Carol).

Em seguida, foi um dos líderes da montagem da Companhia Açucareira Vale do Rosário, uma usina de fornecedores que chegou a ter mais de 100 sócios. Junqueira também foi vereador em São Joaquim da Barra e escritor, produzindo livros de contos, como Um Pé de Prosa (2004) e Páginas Soltas (2011), e de história regional.

O empresário rural Eduardo Diniz Junqueira, um dos criadores do Proálcool, faleceu aos 94 anos, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Foto: FABAG/divulgação

 A Abag publicou nota manifestando “profundo pesar” pelo falecimento de Diniz Junqueira. “Além de empresário visionário, de mente brilhante, era progressista e democrático. Teve uma vida voltada à lida da terra, à união de pessoas em torno do ideal da valorização do agronegócio brasileiro”, afirma. A nota destaca ainda a participação “ativa” de Junqueira na criação do Proálcool”.

Etanol

O Proálcool consistiu em uma iniciativa do governo brasileiro de intensificar a produção de álcool combustível (etanol) para substituir a gasolina. A decisão foi determinada pela crise mundial de petróleo na década de 1970 – o preço elevado pesava muito nas importações do País.

Criado em 1975, o programa oferecia incentivos fiscais e empréstimos com juros baixos aos produtores de cana-de-açúcar e à indústria automotiva que desenvolvesse carros a álcool. Os resultados iniciais foram positivos e, em 1991, 60% dos carros do país eram movidos por esse combustível. Mais tarde, além da vantagem econômica, veio a ser reconhecido o ganho ambiental do etanol para o país, por emitir menos carbono para a atmosfera em comparação com a gasolina e outros combustíveis.

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