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Banco do Brasil vai oferecer R$ 103 bi para o financiamento da safra deste ano

Segundo executivos, valor pode até ser maior, com a emissão de títulos do agronegócio

Por Clarice Couto
Atualização:

O presidente do Banco do Brasil (BB), Rubem Novaes, nesta quarta-feira, 1º, que o banco vai oferecer R$ 103 bilhões no Plano Safra 2020/21 para o setor agropecuário. "A agricultura será fundamental para retomada da economia brasileira", disse. "O agro brasileiro é decisivo para exportações, geração de divisas e crescimento da economia."

Rubem Novaes, presidente do Banco do Brasil, disse que a instituição vai oferecer R$ 103 bilhões no Plano Safra 2020/21 para o setor agropecuário Foto: Amanda Perobelli/Reuters

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No evento de anúncio da linha de crédito, ele informou que o atendimento aos produtores rurais cresceu 7,2% de março de 2019 a março de 2020, somando R$ 162 bilhões. A carteira total do BB (volume de recursos emprestados e ainda não quitados) chegou a R$ 186,2 bilhões, garantindo ao banco participação de 55% no mercado de crédito para o agronegócio brasileiro.

O Banco do Brasil desembolsou R$ 92,5 bilhões na safra 2019/20, "o maior desembolso da história do BB em um plano safra", segundo executivo, acrescentando que os recursos alcançaram 5.408 municípios.

Cerca de R$ 640 milhões foram liberados em operações de custeio por meios digitais, como o aplicativo do banco. De acordo com Novaes, na safra 2019/20 foram liberados R$ 4,3 bi por meio de Cédula de Produto Rural (CPR), com 80% das liberações realizadas pelo aplicativo do banco.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que participou do evento, destacou a relevância do agronegócio para a economia e o suprimento de alimentos no País durante a pandemia. "Mostramos para a sociedade brasileira a importância do agro para o abastecimento. Havia no início da pandemia uma preocupação com um possível desabastecimento."

O Ministério da Agricultura lançou o Plano Safra 2020/21 no dia 17 de junho, com previsão de oferta de R$ 236,30 bilhões, 6,1% mais que em 2019/2020.

Em junho, a Pasta lançou também o CBI (Climate Bonds Initiative), um plano para fomentar os investimentos em títulos verdes emitidos pelo setor. De acordo com Tereza Cristina, em 15 dias algumas empresas do agronegócio já conseguiram captar recursos emitindo os chamados green bonds.

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Títulos do agronegócio

Segundo o vice-presidente de Agronegócio do BB, João Rabelo, os desembolsos do banco na safra 2020/21 podem aumentar com a emissão de CRA (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), CPR (Cédula de Produto Rural) e CDCA (Certificados de Direitos Creditórios do Agronegócio).

"Mudanças na legislação, em especial com a Lei do Agro (sancionada no começo de abril), permitirão maior dinamismo aos títulos do agronegócio, como CRA, CPR e CDCA, que se tornarão fontes importantes de recursos para o setor. Estamos apostando que, com estes títulos, conseguiremos ir além dos R$ 103 bilhões", contou Rabelo.

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O Banco do Brasil deve lançar em breve o que Rabelo chamou de "CRA BB", para que produtores rurais possam captar recursos no mercado de capitais por meio da emissão de CRAs. Uma das ideias é que o dinheiro financie, por exemplo, operações do programa ABC (agricultura de baixo carbono). "Estamos trabalhando na estrutura tecnológica para poder oferecer isso a um número maior de produtores", disse ele.

O diretor de Agronegócios do banco, Antonio Carlos Wagner Chiarello, afirmou que em dezembro o volume de recursos captados por CRAs no Brasil chegava a R$ 42 bilhões e, por CDCAs, a cerca de R$ 10 bilhões, número que, segundo ele, demonstram o interesse do mercado de capitais em papéis do agronegócio.

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