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Bayer vai estimular ações que capturam carbono no campo

Iniciativa em parceria com a Embrapa contemplará 500 propriedades no País

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Por Bayer do Brasil
5 min de leitura
Getty Images 

Para que as mudanças climáticas não tornem o planeta inóspito ao ser humano, os países precisam reduzir suas emissões de gases de efeito estufa (GEE), o que requer uma eficiente transição para uma economia de baixo carbono. O setor agrícola, neste cenário, tem o desafio duplo de atender às demandas crescentes por alimentos e, ao mesmo tempo, investir em práticas que recuperem o solo e reduzam a concentração de CO2 na atmosfera. 

A iniciativa Carbono Bayer, criada pela multinacional de origem alemã, surge exatamente com a proposta de estimular a adoção de práticas de plantio que capturem carbono. No Brasil e nos Estados Unidos foram selecionados 1.200 agricultores que receberão apoio técnico da empresa. O investimento é de 5 milhões de euros no Brasil. No caso nacional, terá acompanhamento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para medição e análise do carbono capturado no solo em áreas produtivas. A proposta é parte de um conjunto maior de iniciativas da companhia voltadas a práticas socioambientais sustentáveis. 

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“No final do ano passado, a Bayer renovou seus compromissos com o meio ambiente com um planejamento para os próximos 10 anos (2030), dentro dos pilares que já faziam parte da nossa estratégia, como inovação, sustentabilidade e transformação digital”, diz Eduardo Bastos, diretor de Sustentabilidade da divisão agrícola da Bayer no Brasil. 

Ele acrescenta que foi incluída uma outra frente de atuação, a agenda 30/30/100: reduzir em 30% as emissões de GEEs na agricultura mundial, reduzir em 30% o impacto ambiental das tecnologias e melhorar a vida de 100 milhões de pequenos agricultores no mundo, até 2030. Como parte da estratégia, a empresa criou a iniciativa Carbono Bayer, projeto que assessora o agricultor tanto a ter acesso à tecnologia de ponta na análise de dados quanto a desfrutar de um mecanismo de recompensa financeira como forma de estimular a formação de um mercado de carbono.

Eduardo Bastos - Diretor da Bayer do Brasil 

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Potências agrícolas

Brasil e Estados Unidos foram escolhidos pela Bayer para a iniciativa por serem grandes potências agrícolas e utilizarem tecnologias de ponta no campo. 

No Brasil, foram selecionados 500 produtores que têm milho ou soja como principais culturas espalhados por 14 estados, o que garante a presença de diferentes biomas nas análises. No total, serão 60 mil hectares de terra, sendo que para participar o agricultor precisava disponibilizar ao menos 50 hectares para o projeto. 

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Todos precisavam ser usuários de Climate FieldView, a plataforma digital da Bayer que coleta e processa automaticamente dados de campo, gerando mapas e relatórios em tempo real. “O agricultor está se comprometendo a compartilhar os dados com a Embrapa, o que é importante para o avanço da ciência”, explica o executivo da multinacional. 

Para Luis Barioni, pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária, é importante buscar novas tecnologias que reduzam os custos para o produtor. Se a conta não fecha, o mercado de carbono será o primeiro prejudicado, como vem ocorrendo há décadas.

“Nosso desafio é ter a confiança de quem está investindo na remoção de CO2 da atmosfera por meio de um método de medição confiável e de alta acurácia, sem aumento nos custos. Tecnologias digitais trazem essa possibilidade”, diz Barioni. A escolha do milho e da soja para a iniciativa da Bayer segue a mesma lógica. Como são culturas que ocupam importantes áreas de plantio e são economicamente importantes, podem servir de base para o desenvolvimento do mercado de carbono. 

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De acordo com o diretor de Sustentabilidade da Bayer, o momento é oportuno para mostrar que é possível, sendo o Brasil uma potência agrícola e ambiental, trabalhar as duas vertentes de forma simultânea. “Isso traz valor para a sociedade e para o produtor. Não são coisas antagônicas; passou da hora de mostrar isso”, diz Bastos.

Luis Barioni - pesquisador da Embrapa 

Dados tropicais reforçam importância do Brasil 

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O plano da Bayer é assinar todos os 500 contratos com os produtores rurais brasileiros até o final de agosto. O próximo passo será o agendamento das visitas para a coleta de amostras do solo por uma equipe da Embrapa ou de consultores externos. 

Na sequência, explica Eduardo Bastos, executivo da multinacional, será desenvolvido um pacote de recomendações agronômicas para cada propriedade, com orientações sobre qual o melhor produto, a variedade ideal, o espaçamento e o momento corretos do plantio, assim como quais as melhores alternativas para o rodízio de culturas. 

“Esta parte técnica será desenvolvida em conjunto entre a Bayer, a Embrapa e o agricultor. Além de propormos o melhor manejo para aquela propriedade, em paralelo estaremos desenvolvendo as ferramentas de medição da qualidade do solo”, afirma Bastos.

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Do ponto de vista científico, o executivo reforça a importância da participação brasileira no projeto por ser um país tropical e com pouco histórico de dados sobre o campo. “Nos Estados Unidos, são mais de 80 anos de dados coletados, o que não temos aqui. A Embrapa, que é o nosso centro de excelência, tem 47 anos de vida.” O fato de ser uma agricultura tropical, diferente da americana, também não permite a utilização das informações coletadas nos Estados Unidos. “Não dá para fazer um copy paste”, diz.

Parceria com Embrapa criará protocolos inéditos

Para a Embrapa Agropecuária Informática, os ganhos da parceria são enormes, nas palavras do pesquisador Luis Barioni. “Temos potencial para desenvolver a maior base de dinâmica de resgate de carbono do solo no mundo tropical. É uma vantagem competitiva enorme tanto de evolução da ciência quanto de aplicação do próprio método científico”, avalia. Entre os planos da Embrapa também está o da criação de uma calculadora de carbono, que pode servir de referência para os produtores e para o mercado. “É importante ter um instrumento claro, com método conhecido e que possa ajudar a definir a remuneração dos produtores.” 

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