PUBLICIDADE

Bolsonaro diz que preço da carne deve cair e justifica alta pela 'entressafra'

Segundo o Ministério da Agricultura, preços já recuaram 9% em dezembro; ministra também afirmou que aumento foi temporário

Por Mateus Vargas
Atualização:

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira, 9, que o preço da carne no mercado brasileiro deve cair e justificou a alta pela "entressafra". "É natural nessa época do ano a carne subir por volta de 10%. Subiu um pouco mais, tendo em vista as exportações", disse. A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina, também afirmou que a alta é "temporária". "O senhor pode garantir à população que nós temos o maior rebanho comercial do mundo. Isso foi um período, uma seca, a entressafra do boi, mas a arroba já baixou para o produtor e agora (o preço) precisa baixar na gôndola."

Bolsonaro disse que está levando 'pancada'por causa do preço da carne Foto: Adriano Machado/Reuters

No fim de novembro, no entanto, Tereza Cristina chegou a dizer que o preço da carne não voltaria ao patamar anterior. Bolsonaro disse que está levando "pancada" por causa do preço da carne. "Muitos falam, nas redes sociais, que tem de ter tabelamento. Na Venezuela está tudo tabelado: vai lá comprar carne." Na sexta-feira, 6, o ministério informou que houve recuo de 9% nos preços da carne bovina no mercado doméstico na primeira semana de dezembro. De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola de Agricultura da Universidade de São Paulo (USP), entre 31 de outubro e o final de novembro, o preço real da carne aumentou em 35,3% em São Paulo. Entre as razões, estão a recuperação da demanda interna, as secas prolongadas, o grande volume de exportações para a China e a alta do dólar, que tornou o produto brasileiro ainda mais competitivo no mercado internacional. "Não existe nenhum problema de abastecimento. Estamos vivendo um momento de transição de preço", afirmou Tereza Cristina. A ministra também anunciou que será editada nesta terça-feira, 10, uma medida provisória que trata da regularização fundiária. "Na Amazônia, temos 600 mil produtores, pequenos agricultores, que precisamos colocar no mesmo patamar dessa agricultura produtiva que temos já em parte do Brasil. Esse é o desafio. Nós, amanhã, vamos lançar uma MP de regularização fundiária para montar a base para esse desenvolvimento. Sem isso não conseguiremos chegar nem na Amazônia, nem no Centro-oeste, nem no Nordeste nessa tecnologia e nessa agricultura sustentável", declarou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.