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Notícias do mundo do agronegócio

Corteva amplia estrutura para superar concorrência

Multinacional de agroquímicos e sementes tem como objetivo crescer até 2% acima do mercado

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Por Coluna do Broadcast Agro
Atualização:

A Corteva, multinacional de agroquímicos e sementes, trabalha em várias frentes para crescer neste ano até 2% acima do mercado, que, para defensivos, projeta avanço de 10% a 15% sobre 2020.

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Terceiro maior player do setor no mundo em receita líquida, atrás de Bayer e Syngenta, a companhia está ampliando em 10% seu quadro de funcionários e representantes comerciais no Brasil, hoje de 2,5 mil pessoas. Também aumentou a capacidade produtiva e fez novas parcerias, conta Roberto Hun, presidente para Brasil e Paraguai. Em fevereiro, concluiu a ampliação da planta de defensivos em Franco da Rocha (SP), que absorveu mais de US$ 20 milhões e permitirá elevar a produção em 25%.

No segundo trimestre, termina a expansão da unidade de Formosa (GO), de beneficiamento de sementes de milho, que aumentará o potencial de produção em 30%. “Nosso compromisso para Brasil e Paraguai é crescer de 1% a 2% acima das taxas de mercado em todos os segmentos: proteção de cultivos, sementes e biológicos”, diz Hun.

Corteva concluiu inauguração em unidade em Franco da Rocha (SP) em fevereiro passado Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão - 5/4/2005

Produtos. Uma das apostas da Corteva é o lançamento em julho do sistema Enlist E3, de variedades de soja e milho tolerantes a três herbicidas. Há possibilidade de comercializar, ainda em 2021/22, sementes de soja com tolerância a herbicidas e proteção contra as principais lagartas. A Corteva aguarda aprovação do produto pela Europa para vendê-lo aqui.

Ramifica. Para surfar a onda dos produtos biológicos, a empresa tem feito parcerias, ampliando rapidamente este portfólio. Seus dez centros de pesquisa no País estarão debruçados este ano sobre soluções da gaúcha Simbiose, com a qual a Corteva fechou parceria em fevereiro. Marcelo de Godoy, CEO da Simbiose, diz que em 2022 devem ser lançados produtos para soja, milho, café, algodão e cana.

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Reação. O agronegócio trabalha para manter a programação da Ferrogrão. Semana passada, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes suspendeu o projeto da ferrovia, atendendo a pedido de liminar do PSOL. A expectativa é de que a decisão seja revertida no plenário da Corte. O agro consulta advogados em busca da melhor forma de mostrar ao STF o impacto da suspensão.

Retrocesso. Edeon Vaz Ferreira, diretor executivo do Movimento Pró-Logística, diz que se trata da mais importante ferrovia para o escoamento da produção futura de Mato Grosso e do Brasil. “Se não viabilizar a Ferrogrão, teremos que duplicar a BR-163, porque ela não vai suportar 50 milhões de toneladas da forma que está. E o impacto ambiental resultante seria maior do que a construção da ferrovia.” Por enquanto, o agro mantém a expectativa de que a licitação ainda possa ocorrer até o fim do ano. “Não estamos pensando em um plano B.”

Sem água... Pesquisa a ser divulgada nesta segunda-feira (22) mostra que 89% dos cafeicultores brasileiros enfrentaram problemas por falta de chuva na safra 2020/21, a ser colhida. Do total, 77% disseram que houve comprometimento da produção. O levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do CaféPoint ouviu 321 produtores de Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Rondônia, Bahia, Paraná, Rio de Janeiro e Distrito Federal. 

...e cobertura. O quadro se agrava porque 70% dos entrevistados não contrataram seguro rural por não concordar com o preço, os riscos cobertos ou o nível de cobertura. Em contrapartida, quase metade, 47%, disse que vende antecipadamente parte da safra, 7% mais ante a pesquisa do ano anterior. “A adesão a ferramentas de gestão de risco ainda está abaixo do ideal”, diz Raquel Miranda, assessora técnica da Comissão Nacional do Café da CNA. 

De olho. A exclusão das Cédulas de Produto Rural (CPRs) físicas dos processos de recuperação judicial aumenta a segurança jurídica para tradings e indústrias financiarem a agropecuária, avalia Liv Machado, sócia do escritório TozziniFreire. “A tendência é facilitar a concessão do crédito ou até mesmo de esse crédito ficar mais barato”, afirma. Veto do presidente Jair Bolsonaro à nova lei de Recuperação Judicial havia mantido as CPRs físicas dentro dos processos de RJ, mas o Congresso derrubou.

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Além. A advogada diz que, para produtores que têm na CPR sua principal forma de financiamento, a recuperação judicial se tornou uma alternativa pior de reestruturação. “Se produtores tiverem diversas CPRs físicas nessas condições, os credores poderão executar e não adianta nada entrar com o pedido de recuperação”, explica.

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De vento... A StoneX pega carona no crescimento do agronegócio e prevê ampliar em 20% o faturamento no País este ano. Em 2020 o desempenho já foi 15% maior, diz Fabio Solferini, CEO da consultoria, que tem no setor 80% da sua operação no Brasil. O plano é expandir para 1,2 mil a base de clientes de consultoria e corretagem após a abertura de escritórios em Campo Novo do Parecis (MT) , Luís Eduardo Magalhães (BA), Varginha (MG) e Rio Verde (GO).

...em popa. A StoneX também quer ampliar a oferta de serviços. Na área de estruturação de operações com títulos de crédito do agronegócio, a meta é atingir R$ 150 milhões neste ano, ante R$ 70 milhões em 2020. Neste mês, a consultoria abriu para investidores no Brasil seu primeiro fundo de renda fixa com papéis do agro, criado em março de 2020 e que rendeu 301,76% do CDI até dezembro.

CLARICE COUTO e LETICIA PAKULSKI

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