Publicidade

Brasil tem estoque de fertilizantes para três meses, diz associação

Entidade que representa a indústria brasileira de fertilizantes diz que o fornecimento de cloreto de potássio e de nitrogenados é um ponto de atenção

Foto do author Isadora Duarte
Por Isadora Duarte (Broadcast)
Atualização:

O Brasil tem atualmente estoque de fertilizantes para os próximos três meses, informou a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), citando dados de agentes de mercado. "O volume atual encontra-se acima da média dos anos anteriores", disse a Anda, entidade que representa a indústria brasileira de fertilizantes. A manifestação ocorre em meio à guerra entre Rússia e Ucrânia e incertezas crescentes quanto ao fornecimento russo de adubos.

De acordo com dados da Anda, o Brasil importa cerca de 9 milhões de toneladas por ano de insumos para fertilizantes do Leste Europeu. "Ou seja, em torno de 25% de tudo o que compramos no exterior", acrescenta.

Guerra da Rússia na Ucrânia deve afetar o fornecimento de fertilizantes para o Brasil Foto: Rafael Arbex/ Estadão

PUBLICIDADE

Entre os nutrientes, a Anda apontou que "segue atenta" ao fornecimento de cloreto de potássio (KCl). "Mais de 2 milhões de toneladas já estavam comprometidas com as sanções anteriores a Belarus. E a atenção justifica-se, dado que 3 milhões de toneladas de cloreto de potássio têm como origem a Rússia", afirmou. 

A entidade disse também que os nitrogenados são outro ponto de atenção, particularmente o nitrato de amônio, porque o Brasil importa volume expressivo da Rússia. "Com relação aos fosfatados, a dependência do Leste Europeu é menor, o que atenua os impactos de abastecimento para a safra atual", disse a entidade.

Embora diga que ainda seja prematuro avaliar os possíveis impactos ao agronegócio brasileiro, a Anda destacou que já existem restrições bancárias que causam dificuldades para o fluxo de pagamento entre as empresas privadas. 

"Outra questão acompanhada com cautela pela Anda é a logística marítima, por conta das restrições que inibem temporariamente o fluxo de navios à região do conflito, acarretando dificuldades para transportar os insumos, como registrado nas operações no Mar Negro. Nesse sentido, o mercado está buscando soluções para cenários como os que estamos enfrentando", afirmou.

A Anda também esclareceu que o setor de fertilizantes já encontrava restrições no caso do fornecimento vindo de Belarus em razão das sanções econômicas impostas por União Europeia e Estados Unidos ao país desde outubro do ano passado. "Dentre as sanções, a proibição do transporte de produtos bielorrussos, incluindo o potássio, pelo território da Lituânia impossibilita o acesso aos portos marítimos", afirmou.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.