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Lavoro cresce no Brasil e se prepara para Chile e Peru

No exterior, a empresa deve concretizar em breve o plano de ir além da Colômbia, onde atua desde 2017

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Por Clarice Couto , Isadora Duarte (Broadcast) e Julliana Martins
Atualização:

Após comprar oito revendas de insumos agrícolas em 2020 e cinco neste ano, a Lavoro, maior grupo de distribuição do setor na América Latina, vai intensificar a abertura de novas lojas. Até o fim da safra 2021/22, em junho do ano que vem, serão inauguradas mais 26 no Brasil, em Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Tocantins, totalizando 182 pontos de venda. “Integramos empresas na última safra e agora estamos em fase de acelerada expansão orgânica”, diz à coluna Marcelo Abud, há seis meses CEO do grupo controlado pelo Pátria Investimentos. No exterior, a Lavoro deve concretizar em breve o plano de ir além da Colômbia, onde atua desde 2017. “Há conversas avançadas no Chile e Peru. Queremos ao menos uma empresa em cada país.”

Lavoro cresce em insumos junto com o agro Foto: Charlie Neibergall/AP

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Parecidos. Os mercados chileno e peruano têm semelhanças com o colombiano, como a produção de frutas e um sistema de vendas não só por revendas, mas também por lojas bem pequenas, no qual a Lavoro adquiriu expertise. A distribuição, como no Brasil, é fragmentada, e há produção de soja e milho no Chile e no Peru. “A diversificação de negócios e de geografia é estratégica para compensar eventuais perdas”, afirma. Às compras. Na Colômbia, a Lavoro adquiriu recentemente o grupo Cenagro, de fertilizantes e biofertilizantes, e espera a aprovação do órgão regulador local em poucas semanas, conta Abud. Aqui, o Pátria segue “animado” em fazer novas aquisições. “O foco está em regiões onde não atuamos, como Matopiba (abrange Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e Rio Grande do Sul.” A Lavoro tem lojas nos Estados do Centro-Oeste, além de Tocantins, Rondônia, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. 

Frutos. As 22 empresas adquiridas pela Lavoro desde 2017, cinco delas neste ano, têm trazido retorno. O grupo vem crescendo entre 25% e 28% nos últimos anos e fechou 2020 com R$ 5,4 bilhões de faturamento. Na safra 2020/21, encerrada em junho, somou R$ 6 bilhões. Para 2021, a expectativa é manter o ritmo. As “especialidades” – biodefensivos e adubos especiais – terão peso crescente: em 2020/21, representaram 5% do negócio; em 2024/25, devem chegar a 10%.

Economia circular. A JBS Ambiental iniciou as operações de duas novas usinas de reciclagem de resíduos de suas plantas de abate, em Mato Grosso do Sul e Goiás. Com investimentos totais de R$ 13 milhões na expansão, a companhia pretende inaugurar mais cinco até o fim de 2021, desta vez no Estado de São Paulo. Ao todo, serão 18 unidades responsáveis por transformar resíduos dos frigoríficos em produtos de valor agregado. Águas turvas. Após a aprovação da BR do Mar, que tramita no Senado Federal, ainda há outros desafios para tornar o transporte por cabotagem mais competitivo no País. A avaliação é de Edeon Vaz Ferreira, diretor executivo do Movimento Pró-Logística. “A BR do Mar não vai resolver todas as questões de alto custo com tripulação e de disponibilidade de navios”, diz. Entre as possíveis medidas, ele cita a redução do ICMS sobre o combustível marítimo pelos governos estaduais.

Na mesa. A Agropad, plataforma que conecta o produtor rural com o consumidor, aposta no setor de frutas, legumes e verduras (FLV) para impulsionar seu crescimento. A meta para o primeiro semestre de 2022 é aumentar de 45% para 80% o total de agricultores deste segmento cadastrados em sua plataforma, conta Luciano Moraes, CEO. Em operação há quatro meses, a agtech conta com mil produtores inseridos, especialmente de São Paulo, Paraná e Minas Gerais. Para 2022, almeja faturamento de R$ 2,7 milhões.

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De fibra. A paranaense Tropical Melhoramento & Genética (TMG) viu suas sementes de algodão serem as mais plantadas do País na safra 2020/21, alcançando 44% de participação de mercado ante 37,2% em 2019/20. Somente uma das suas cultivares atingiu 28% de área plantada no País. Tal desempenho a levou a conquistar a liderança em sementes para cotonicultura. Para 2021/22, a TMG tem seis novas variedades da pluma. Parceria. Antenada à cobrança crescente pela regularização ambiental, a Reservas Votorantim está oferecendo um serviço específico para produtores rurais: o arrendamento temporário de florestas nativas cadastradas como reservas legais. Agricultores podem contratar o uso dessas áreas da gestora de ativos ambientais por pelo menos 15 anos, a fim de cumprir a lei ambiental, que exige que as propriedades rurais preservem, no imóvel, pelo menos 20% das florestas nos biomas Mata Atlântica e Cerrado.

Potencial. A iniciativa é voltada a produtores que precisam reflorestar áreas desmatadas mas não têm como fazer isso dentro da sua propriedade, sob o risco de perder área produtiva. O cuidado e o monitoramento da reserva legal são feitos pela empresa. “Já temos alguns contratos firmados. A ideia é ampliar a oferta, conforme a demanda aumentar”, diz David Canassa, diretor da Reservas Votorantim. Hoje, a empresa administra 63 mil hectares de florestas plantadas em duas reservas privadas em São Paulo e Goiás.

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