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Ourofino entra no mercado de defensivos de café e citros 

Empresa busca aumentar sua parcela no segmento de soja de 1,55% para 2%; de milho, de 2% para 2,5%, e de algodão, de 1,28% para 1,5

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Foto do author Isadora Duarte
Por Leticia Pakulski , Isadora Duarte (Broadcast) e Clarice Couto
Atualização:

A liberação de novos registros de defensivos pelo Ministério da Agricultura deve ajudar a Ourofino Agrociência a ampliar a participação em cana-de-açúcar, soja, algodão e milho e entrar em dois novos segmentos: café e citros. A empresa já conseguiu o registro de cinco produtos este ano, aguarda outros dez até dezembro e pode obter mais dez entre 2021 e 2022, conta Marcelo Abdo, vice-presidente da empresa. A companhia visa expandir de 9,7% para 11% sua fatia de mercado em cana e diversificar a oferta de agroquímicos para cereais. “Atendíamos soja, milho e algodão só com herbicidas e inseticidas. Agora teremos fungicidas para avançar no jogo”, afirma. A Ourofino busca aumentar sua parcela no segmento de soja de 1,55% para 2%; de milho, de 2% para 2,5%, e de algodão, de 1,28% para 1,5%.  

Café Foto: Divulgação/Secretaria de Agricultura e Abastecimento SP

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Câmbio pesa

A empresa prevê faturar até R$ 1,6 bilhão no ano fiscal que termina em março, o que permitiria compensar o aperto de margens em virtude do dólar valorizado – 90% da matéria-prima usada pela Ourofino é importada. Abdo destaca a perspectiva de produtores investirem mais em tecnologia na safra 2020/21 com preços atrativos em reais das principais culturas, sobretudo soja e milho.

Uso intensivo

A Ourofino planeja elevar o uso da capacidade instalada da fábrica de Uberaba (MG) para até 70%, ante 55% a 60% no ano fiscal anterior. O potencial máximo da unidade é de 120 milhões de litros/ano. A companhia também reforçou parcerias com instituições e universidades para criar diferenciais sobre formulações de defensivos que perderam patentes. Abdo conta que a empresa já transformou sete produtos dessa forma.

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Beiradas

A compra da empresa de tecnologia Gira pelo Santander pode render bem mais do que prestação de serviços de emissão de Cédula de Produto Rural (CPR), avalia fonte do setor. Com ela, o banco conseguirá se aproximar de agricultores que preferem continuar negociando grãos em troca de fertilizantes e defensivos, por exemplo, em vez de buscar crédito bancário, mesmo após a taxa básica de juros, a Selic, ter caído tanto.

Ponta do iceberg

Há um amplo espaço a ser explorado, pondera o interlocutor, ao lembrar que o volume total envolvido nas CPRs geradas pelo aplicativo da Gira, em cinco anos, chega a R$ 5 bilhões. “Tradings, empresas e distribuidoras de insumos detêm uma fatia do crédito rural que não passa pelos bancos, de uns R$ 300 bilhões, e que representa um terço de tudo o que é emprestado ao setor”, diz a fonte. A carteira de agro do Santander está próxima de R$ 22 bilhões.

Dados preciosos

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Uma novidade no Censo Agropecuário de 2017, o mais recente, ajudará na elaboração de políticas públicas para o setor. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) passou a divulgar as divisões de mesorregião e microrregião para comparar, por exemplo, o número de estabelecimentos agropecuários em cada uma delas e o uso de terras. “É possível acompanhar a evolução agropecuária entre as regiões”, diz Octávio de Oliveira, coordenador de Agropecuária do IBGE. Os dados estão disponíveis no Sistema IBGE de Recuperação Automática (Sidra).

Tudo ou nada

Parece não haver luz no fim do túnel na negociação entre Brasil e Estados Unidos quanto à redução da tarifa de importação sobre o etanol norte-americano. O presidente dos EUA, Donald Trump, quer isenção, enquanto a indústria brasileira de etanol insiste na elevação da tarifa de 20% para 35%. Hoje 750 milhões de litros por ano são liberadas do imposto. “Não é uma conversa fácil e envolve interesses estratégicos de ambas as partes”, diz uma fonte.

Compartilha

Chegou às plataformas de serviços digitais para o campo a febre dos Stories, como são conhecidas as fotos ou vídeos curtos publicados em redes sociais. A Syngenta Digital incluiu no Cropwise Protector o Farm Stories, ferramenta que permite ao produtor visualizar um resumo de 15 segundos dos eventos de cada talhão da propriedade nos últimos dez dias e compartilhar o conteúdo por redes sociais ou e-mail. “É como se fosse o ‘talhão contando ao produtor’ o que aconteceu nos últimos dias”, resume Heli Rabelo, gerente de produtos da empresa.

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Ferramenta

O agronegócio também está buscando soluções de tecnologia para tomar decisões. Marcos Bernardes, diretor comercial da LLamasoft, multinacional de software para a cadeia de suprimentos, conta que o interesse é por instrumentos que ajudem a prever o potencial de demanda e melhorar a distribuição de insumos e produtos agropecuários.

Acelerou

O executivo diz que o investimento não foi afetado pela pandemia de covid-19, ao contrário, a intenção de adotar mais tecnologia se consolidou. Pesquisa realizada pela LLamasoft, com a Ciclo Marketing e o Insper, no segundo semestre de 2019, aponta que, no setor, 55% dos entrevistados buscavam soluções para a tomada de decisões, com preferência por big data, aprendizagem de máquina e inteligência artificial. A empresa não revela previsões para o agro, mas tem como meta aumentar em 30% o faturamento na América Latina em 2020. 

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