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12 países discutem integração no Brasil

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Fernando Henrique Cardoso abriu, neste domingo à noite, a reunião de empresários e representantes dos governos de 12 países sul-americanos, que vão discutir projetos de integração nas áreas de energia, telecomunicações e transportes. O fórum, denominado Iniciativa para a Integração da Infra-Estrutura Regional da América do Sul (IIRSA), tem como origem proposta de Fernando Henrique e foi criado em agosto de 2000, durante reunião de presidentes da América do Sul, em Brasília. A idéia do presidente brasileiro é expandir para outros países da região o conceito e a experiência do programa Avança Brasil, carro-chefe do seu segundo mandato. Desde que o fórum foi criado, os grupos de estudos já identificaram 123 projetos que seguem a estrutura de eixos de desenvolvimento do Avança Brasil e exigirão investimentos públicos e privados avaliados em US$ 40 bilhões. Neste terceiro encontro do Comitê Diretor, que se encerra nesta terça-feira, serão discutidas principalmente formas de atrair e envolver a iniciativa privada no programa. O objetivo da integração é melhorar a competitividade econômica do subcontinente num prazo de 10 anos. Neste encontro, o terceiro do comitê diretor, que se encerra na terça-feira, as autoridades vão debater principalmente maneiras de envolver a iniciativa privada no programa. O objetivo da integração é melhorar a competitividade econômica do subcontinente num prazo de 10 anos. O coordenador do encontro, o secretário de Planejamento do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão do Brasil, José Paulo Silveira, disse que a deterioração da situação econômica e política em alguns países da região, nos últimos meses, não alterou o rumo do programa. ?A lógica do investidor em infra-estrutura é de longo prazo?, argumentou. Segundo o secretário, o que esses investidores buscam é a coerência dos projetos e a compatibilidade entre os países que estão se integrando, principalmente na legislação e na regulação econômica. O presidente da Corporação Andina de Fomento (CAF), Enrique García, disse que essas crises reforçam o rumo do programa de integração. ?O trabalho vai na linha de fazer com que os países sejam menos vulneráveis à conjuntura externa?, observou. A CAF, juntamente com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata) são as três instituições que dão suporte ao programa e contratam os gerentes dos projetos. Alguns dos projetos já estão em fase de conclusão. Para reduzir a resistência dos investidores, os técnicos sugerem que se trabalhe para separar a percepção do risco de cada projeto daquela percepção que é atribuída pelas agências de risco aos países onde eles se desenvolverão (risco soberano). Se esta ?blindagem? for obtida, os técnicos avaliam que os projetos poderão receber avaliação ?good project in a bad neighborhood? (bom projeto em vizinhança ruim) e com isso obter uma melhor avaliação de risco. Também é sugerido que os países aceitem a adoção de foros neutros para arbitrar conflitos, como maneira de melhorar o ?rating?. Segundo Silveira, a integração é a saída para acelerar o desenvolvimento econômico da região e reduzir a pobreza. ?Só o investimento na mitigação da pobreza não resolverá o problema?, afirmou. Ele diz que a renda per capita da América Latina de 1980 a 2001 caiu de US$ 6.630 para US$ 6.374, enquanto a média nos países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) subiu de US$ 5,372 para US$ 22,961. Para mostrar a importância da uniformização de regulação e legislação entre os países, em paralelo com a integração física, Silveira cita que um caminhão que sai de São Paulo para Santiago, no Chile, gasta 210 horas. Deste total, 100 horas são gastas com paradas para descanso e para atender procedimentos burocráticos nas fronteiras com a Argentina e desta com o Chile.

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