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"2º turno no Brasil não é evento econômico", diz analista

Agência de classificação de risco aponta que os dois candidatos apresentam políticas econômicas ortodoxas e aponta "semanas intensas" no âmbito político

Por Agencia Estado
Atualização:

Lisa Schineller, analista responsável pelo Brasil na agência de classificação de risco Standard & Poors, disse nesta segunda-feira em entrevista à Agência Estado que a realização do segundo turno na eleição presidencial não terá um impacto econômico sobre a avaliação do País. "No geral os mercados não gostam de incertezas e o segundo turno poderá causar uma pequena volatilidade nas próximas semanas", disse Schineller. "Mas os fundamentos econômicos do Brasil estão muito mais fortes e isso limitará qualquer volatilidade ." Ela salientou que ao contrário do ocorrido na última eleição presidencial, em 2002, não há o temor de um abandono "da política econômica prudente". Tanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, acrescentou, sinalizam uma continuidade de políticas econômicas ortodoxas. "Isso se reflete na perspectiva estável da nota conferida ao Brasil", afirmou. A analista, no entanto, observou que o país viverá "semanas intensas" particularmente no campo político. "A candidatura de Alckmin parece viver um momento positivo e isso poderá reforçar a determinação do PSDB em vencer a eleição", disse. "Haverá mais debate, mais detalhes sobre as propostas de reformas dos dois candidatos e isso será positivo." Schineller observou que os desafios num próximo governo são praticamente os mesmos para os dois candidatos. "O principal deles é a redução da vulnerabilidade fiscal, abrindo a perspectiva de um maior crescimento econômico", disse. Para isso, não será possível o aumento da carga tributária. "O caminho será a adoção de reformas e corte de gastos. E esses são desafios políticos difíceis em qualquer parte do mundo", disse. "Por isso, a questão da governabilidade e da dinâmica do apoio no Congresso será vital", explicou. E acrescentou: "quem quer que seja o vencedor, terá um período político difícil pela frente." A analista salientou também que ainda é necessária uma avaliação minuciosa da nova composição do Congresso para se ter uma noção mais precisa das condições de governabilidade Lula ou Alckmin.

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