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5G: Brasil optou por faixa de frequência diferente da dos EUA e considerada mais segura para aviões

Sinal 5G vai operar no País em uma faixa mais distante da utilizada pelos sistemas de voos das aeronaves comerciais

Por Lucas Agrela
Atualização:

Para Juarez Quadros do Nascimento, ex-ministro das Comunicações e ex-presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), as frequências de 5G adotadas no Brasil tendem a ser mais seguras e não devem afetar os sistemas de voo. Isso porque o País optou por usar a faixa de 3,5 GHz para a rede 5G, enquanto nos Estados Unidos as frequências usadas vão de 3,7 GHz a 3,98 GHz, mais próximos da faixa utilizada pelos altímetros das aeronaves (de 4,2 GHz a 4,4 GHz).

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“Nos Estados Unidos, o sinal 5G está perto (da frequência usada pelos sistemas de voo) e é preciso investigar. Por aqui, nem tanto. Mas é importante estar atento a eventuais vazamentos que gerem interferência para evitar sinistros”, afirma.

Ainda assim, esse tipo de interferência nos sistemas de voo não deveria acontecer, na visão de Nascimento. “Os equipamentos das aeronaves são padronizados e usados por todas as empresas aéreas. São sistemas feitos para viabilizar viagens pelo mundo inteiro. A Embraer, por exemplo, tem contato constante com a Anatel para analisar todos os detalhes”, afirma.

Entre as faixas homologadas no Brasil, a frequência de 3,5 GHz é considerada a mais adequada para a propagação da internet móvel de quinta geração, que permitirá mais velocidade e maior fluxo de transferência de dados.

Torre de celular 5G nos Estados Unidos, com avião ao fundo; Brasil optou por faixa de frequência diferente da usada nos EUA Foto: Patrick T. Fallon/AFP

De todo modo, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e a Embraer avaliam a interferência da rede 5G em aeronaves no Brasil. De acordo com a Anatel, a previsão é de que o sinal 5G comece a operar nas 26 capitais e no Distrito Federal em julho de 2022.

Para Nascimento, a opção do Brasil pela faixa de 3,5 GHz para o 5G é um dos pontos positivos de o País ter demorado a realizar o leilão de frequências, em relação a outros países.“Em algumas situações, é bom demorar para homologar frequências. Quando temos um tempo a mais, a decisão fica mais fácil porque temos mais dados a respeito da adoção da tecnologia no mundo”, diz.