O primeiro mês de casa nova foi de susto com a conta de luz: R$ 169. “Esse negócio de bandeira vermelha está prejudicando muito. Já não sei mais o que fazer. No último mês, veio R$ 100”, diz Sílvia, que não trabalha. Ela diz que não contava com o corte no Minha Casa Melhor”. “Mobiliei a casa com ajuda dos outros. Não posso tirar dinheiro da comida para comprar móvel, mas o Fernando precisa de uma cama de melhor qualidade”.
Mônica Nunes da Silva, de 47 anos, era outra que esperava receber o cartão do Minha Casa Melhor. Mudou-se para o Gaivotas levando cama, cômoda, televisão e um tapete. O irmão deu o fogão. O filho pagou R$ 150 pela geladeira. Assiste à TV sentada na cadeira de praia emprestada pela vizinha do 204. “Antes morávamos todos no apartamento de três quartos que era da minha mãe, em Padre Miguel.”
Ex-auxiliar de serviços gerais do Tribunal Regional Eleitoral, Mônica está desempregada. “Tenho reumatismo, artrose nos joelhos, esporão, bursite. Também sou hipertensa e diabética. Não consigo colocação. Mas minhas contas estão em dia”, orgulha-se. As filhas pagam a prestação do apartamento de R$ 25. O genro, o condomínio. “O único luxo é o ventilador. Mesmo assim minha conta de luz veio R$ 80. Não consigo resolver.”