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A construção civil ajuda a derrubar o PIB

Uma retração de 8% do Produto Interno Bruto da construção civil neste ano é estimada pelo Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP). A se confirmar, o recuo superará o dobro da queda do PIB do País, avaliada em 3,5% pela pesquisa Focus do Banco Central, em 3,6% pelo Bradesco e em 3,7% pelo Itaú. A dimensão da queda não é surpresa, haja vista os indicadores conhecidos, mas traz efeitos profundos para toda a cadeia produtiva, das empresas à mão de obra, da intermediação financeira ao segmento de corretagem.

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Por Redação
Atualização:

O desempenho nos primeiros três trimestres do ano foi o pior desde 2003, segundo o Sinduscon-SP – e o quadro político agrava a crise. “Queremos solução rápida para a situação política, com ou sem Dilma”, disse o presidente do sindicato, Romeu Ferraz Neto. Ferraz é pessimista: em 2016, prevê nova queda (de 5%) do PIB da construção.

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Na cidade de São Paulo, as vendas de imóveis somaram 1.112 unidades em outubro, alta de 15,5% em relação a outubro de 2014, segundo o sindicato da habitação (Secovi-SP), mas os resultados se devem à base baixa de comparação. Já os lançamentos de 1.769 imóveis tiveram queda de 29,6% em relação a outubro de 2014 e de 31,3% entre os primeiros 10 meses de 2014 e 2015.

O Índice de Atividade da Construção Imobiliária (Iaci), calculado pela consultoria Tendências, subiu 1,0% entre outubro e novembro, mas caiu 8,1% entre os primeiros 11 meses de 2014 e 2015. O Índice de Lançamentos (Iaci-L) caiu 8,5% entre agosto e setembro e a contração foi de 34,5% em 12 meses.

O baixo ritmo de atividades e as perspectivas para o futuro obrigam as construtoras a reavaliar a atividade. O primeiro passo é vender os estoques de unidades prontas, às vezes sem margem de lucro, bem como de parte do banco de terrenos para construção. Algumas companhias, inclusive de grande porte, não fizeram lançamentos em 2015 e pretendem ser cautelosas em 2016.

Entre as consequências, um corte de meio milhão de vagas nos últimos 12 meses, segundo o Sinduscon-SP. O número de demissões poderá chegar a 557 mil no ano e já se prevê corte de mais 200 mil, em 2016. Pequenas mudanças, como a liberação de parte do compulsório das cadernetas e do FGTS, podem ajudar as construtoras a concluir obras. O que não basta, pois as perspectivas de emprego são ruins, a renda é consumida pela inflação e falta a confiança dos consumidores.