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A corrida pela liderança no celular

Venda da Telemig e da Amazônia Celular, que está perto de se concretizar, pode alterar o ranking brasileiro

Por Nilson Brandão Junior
Atualização:

O ano de 2007 será decisivo para a definição da liderança na telefonia celular no País. O desfecho da acirrada briga depende, em grande medida, do destino da Telemig e da Amazônia Celular. As duas companhias, que são controladas pelo mesmo grupo, estão prestes a ser vendidas. Vivo, atual líder de mercado, Claro, terceira colocada, e Oi, quarta do ranking, estão na disputa. A TIM, que ocupa a vice-liderança, está fora da concorrência pelas empresas. A distância entre Vivo e Claro, que era de 6,5 milhões de assinantes no terceiro trimestre de 2006, encolheu para 3,9 milhões no segundo trimestre deste ano, conforme levantamento da consultoria Teleco. A diferença da TIM para a Vivo também recuou, de 4,6 milhões para 2,7 milhões, na mesma comparação. A disputa ficou ainda mais intensa desde meados do ano, com a adoção, pela Vivo, do sistema GSM (padrão mais usado no mundo), que recolocou a operadora nas melhores condições de competição. Os planos da Claro, terceira no mercado, com 24,61%, são ambiciosos. O presidente da empresa, João Cox, diz que quer chegar à primeira posição nos próximos anos. Segundo o executivo, o crescimento será orgânico, mas não está descartada uma eventual aquisição no País. Cox não comenta a informação de que a Claro tenha feito oferta pela Telemig. Fontes confirmam, contudo, que a operadora está no negócio. Telemig e Amazônia Celular somam 4,8 milhões de assinantes. Caso a Claro leve o negócio, sobe para a primeira colocação. Se a vencedora for a Vivo, o que chegou a ser especulado nos últimos dias, aumentará a distância para as demais operadoras. Levantamento da Teleco mostra que os ganhos de mercado em 2007, na base de cliente, estão assim distribuídos: Claro (1,64 milhão de assinantes), Vivo (1,21 milhão), TIM (1,17 milhão) e outras (480 mil). O presidente da Claro explica que a empresa passou por uma mudança de gestão nos últimos doze meses, com foco na melhoria da imagem da marca e na busca da rentabilidade. Nesse setor, cada empresa procura informar que tem a liderança, conforme um indicador específico. A Vivo é líder em quantidade de clientes. A Claro tem destacado a liderença no crescimento líquido de novos assinantes. A TIM tem uma grande campanha em que mostra que é líder em receita líquida de serviços. A Oi diz ter conquistado a maior margem de geração de caixa na operação móvel. De forma geral, as empresas têm repetido que querem crescer sem sacrificar margens. O diretor de Marketing da TIM, Marco Lopes, afirma que a empresa quer crescer no mercado com rentabilidade. Ele reconhece a importância de aumentar o volume de clientes, mas afirma que a idéia é avançar com a oferta de novos serviços e de inovação. Pela primeira vez nos últimos dois anos, a Vivo voltou a ultrapassar a barreira de 30 milhões de assinantes (30,2 milhões), após um período de reestruturação, que incluiu o início da adoção do GSM. No caso da Oi, a empresa perdeu em junho passado a liderança na região em que atua (16 Estados no Sudeste, Nordeste e Norte) para a TIM, por uma diferença de 130 mil assinantes. Agora, a empresa quer recuperar o espaço perdido. O diretor de Relações com Investidores, José Luiz Salazar, explica que a empresa tem atuação regional e agora está "reagindo em termos de ofertas". "Éramos líderes e estamos brigando pela liderança, como sempre fizemos", disse. Segundo a Teleco, depois de um primeiro trimestre de baixo crescimento no País- foram 2,2 milhões de novos celulares -, o avanço foi mais forte no segundo trimestre: 4,5 milhões de celulares.

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