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A importância do leilão de Libra para o Brasil

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Por Redação
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Pedro Victor Zalán

O leilão do campo super-gigante (volumes recuperáveis acima de 5 bilhões de barris de óleo) de Libra reveste-se de importância fundamental para o Brasil. Trata-se de uma vitrine internacional de sua política de Estado, de sua organização, de sua tecnologia, de suas instituições, de seu incentivo ao investimento produtivo e de seu compromisso com o conceito de competitividade gerando avanço industrial e social. De maneira inédita no mundo, um campo de óleo desta magnitude é colocado em leilão para a iniciativa privada. Resguardando o interesse nacional, a Petrobrás capitaneará um seleto grupo de investidores que bancarão um pequeno risco geológico inicial na fase de exploração e um enorme fluxo de caixa negativo em um período de seis a dez anos. Entretanto, este risco e exposição financeira serão compensados com a produção plena de um volume imenso de petróleo ao longo de cerca de 25 anos, quando a produção poderá alcançar 1,4 milhão de barris por dia e o volume final recuperado será algo entre 8 e 12 bilhões de barris.

Tecnologicamente, a Petrobrás é a empresa mais bem preparada no mundo para ser a operadora líder no pré-sal. Mas, se é tão bom assim, porque algumas grandes petrolíferas não participarão do leilão? Jamais saberemos com certeza. Provavelmente, uma mistura de estratégias corporativas, políticas de investimentos e orgulho. Podemos sofismar também que os sinais negativos emitidos pelo governo brasileiro na interferência danosa exercida sobre o controle de preços da Petrobrás pode ter criado um clima de insegurança econômica para o empreendimento, que terá uma outra estatal com poder de influenciar o seu destino.

Um aspecto, entretanto, é certo. Não foi o potencial geológico de Libra que os afastou. Uma estrutura com 500 km² de área, com um poço nela perfurado que demonstrou a existência de 327m de reservatórios porosos com óleo de 270 API, que já produziram óleo em testes de formação, e circundado por outros campos super-gigantes (Lula e Franco) é o sonho de consumo de qualquer empresa petrolífera. Portanto, caberá ao Estado brasileiro, uma vez assinado o contrato com o consórcio vencedor, cuidar para que a segurança jurídica, contratual e econômica do País pelas próximas décadas só cause arrependimento naqueles que deixaram de participar. Neste aspecto, a escolha de executivos com forte perfil técnico, com experiência na Petrobrás e na iniciativa privada para a diretoria da pré-sal, em vez de políticos, foi um sinal extremamente positivo para a indústria petrolífera.

É ANALISTA DA ZAG CONSULTORIA

EM EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO

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