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A ineficiência do governo e a perda de competitividade

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Por Redação
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O Relatório Global de Competitividade 2014-2015, divulgado há dias pelo Fórum Econômico Mundial, revela não só que o Brasil perdeu uma posição entre os 144 países avaliados - foi do 56.º lugar para o 57.º lugar -, mas que, em grande parte, a culpa cabe ao governo. Ineficiência do Executivo e dos órgãos federais, desperdício de gastos públicos, regulação excessiva, burocracia ruim, corrupção e desconfiança nos políticos contribuíram para enfraquecer a posição brasileira no mundo.O ranking é feito desde 1979 e avalia 144 países, dos mais competitivos, liderados por Suíça, Cingapura, Estados Unidos, Finlândia, Alemanha, Japão, Hong Kong, Holanda, Reino Unido e Suécia, aos menos competitivos, como Guiné, em último lugar, antecedida por Chad, Iêmen, Mauritânia, Angola, Burundi, Serra Leoa, Haiti, Timor Leste e Burkina Faso. Os mais diversos critérios são empregados, de problemas de infraestrutura ao desempenho macroeconômico, da qualidade da educação e da saúde à eficiência dos mercados.A pior classificação do Brasil (144.º lugar) está no porcentual de importações em relação ao PIB, seguindo-se um 143.º posto entre os governos que mais atravancam a atividade econômica, melhor apenas que a Venezuela, e o 140.º posto no item confiança do público nos políticos (acima somente de Argentina, Paraguai, Venezuela e Líbano). O Brasil também foi mal avaliado nos critérios de desperdício no gasto público, eficiência do governo e corrupção (no caso, está no 130.º lugar)."O Brasil desperdiçou o período de vacas gordas e não fez as reformas estruturais", disse um dos autores do relatório, o economista Beñat Bilbao, do Fórum. "Agora, será mais difícil." E, segundo Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral (que coleta e analisa os dados brasileiros), "o grande destaque deste ano foi a não ação" (do governo).Não se pode dizer que o relatório conte muito mais do que os brasileiros já sabem quando leem os jornais e assistem à TV. O problema continua sendo vencer o desafio de aumentar a produtividade e melhorar a posição relativa do País para disputar os mercados globais. Regras tributárias e carga fiscal em excesso, legislação trabalhista restritiva e enormes deficiências de infraestrutura reduzem a competitividade brasileira. O Brasil está em posição pior que a dos países do Brics, com exceção da Índia. Mas a propaganda oficial tenta fazer crer que o governo tem pouco que ver com isso.

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