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A pioneira Sabrico, em tempo de decadência

Por Clayton Netz
Atualização:

Uma das primeiras concessionárias da Volkswagen no Brasil, a Sabrico, criada pelo empresário Hugo Miguel Etchenique, do grupo Brasmotor, responsável pela venda do primeiro Fusca montado no País, na década de 1950, vive um processo de degradação. O calvário começou em 2001, quando a empresa saiu do controle da Brasmotor e foi adquirida pela holding portuguesa Sociedade Lusa de Negócios (SLN). Nos primeiros tempos com os novos donos, é certo, tudo parecia correr bem. A Sabrico ampliou de três para oito o número de lojas, em São Paulo e Porto Alegre (RS), que chegaram a vender mil automóveis, caminhões e ônibus por mês, entre 2007 e 2008. No ano passado, porém, estourou um escândalo em Portugal envolvendo o então presidente da SLN, José Oliveira e Costa, que culminou com a sua prisão. Ele é acusado de sete crimes pelo Ministério Público português, entre eles a apropriação de fundos da própria SLN. Diante disso, a Volkswagen descredenciou a Sabrico, em agosto de 2009, acabando com uma parceria de quase 70 anos. Com o escândalo, vieram à tona as irregularidades de dezenas de offshores pertencentes à SLN. Uma delas é a Excellence Real Estate Investment (Erei), sediada na Holanda, criada para comprar a Sabrico no Brasil, com financiamento do Banco Português de Negócios, pertencente à holding SLN. Com isso, a fonte secou e a Sabrico passou a acumular dívidas estimadas em R$ 74 milhões, entre impostos, empréstimos e pendências trabalhistas, culminando com a paralisação de suas atividades. No ano passado, representantes da rede Zacharias de pneus fizeram, sem sucesso, uma proposta de compra da Sabrico. Em janeiro deste ano, os portugueses nomearam uma procuradora, que demitiu todos os 500 funcionários da revendedora. "Disseram para buscarmos nossos direitos na Justiça", afirma um ex-funcionário da Sabrico. Segundo o Sindicato dos Comerciários de São Paulo, a Sabrico quitou apenas o FGTS e liberou a guia de seguro desemprego para os demitidos. O escritório Mello Dabus & Rached Advogados, que assessora a nova gestão, informa que busca uma auditoria para calcular o passivo da empresa. "A antiga administração dilapidou o patrimônio da Sabrico", acusa Rodrigo Mello, sócio do escritório. Uma fonte que acompanha o caso de perto rebate. "Eles já venderam R$ 10 milhões em equipamentos e até agora ninguém viu a cor do dinheiro." Para recuperar a Sabrico, seria necessário que a Volkswagen voltasse a entregar-lhe carros para vender. "Mas ela não vende, nem a prazo, nem à vista", diz Mello. Procurada pela coluna, a montadora não se pronunciou, alegando que o caso está sub judice. Na verdade, a Volks está de mãos atadas. Embora não tenha veículos para vender, a Sabrico obteve na Justiça uma liminar que garante o seu funcionamento. Com isso, a Volks não pode credenciar mais ninguém na região concedida à revendedora.VAREJOA tacada certeira da Touch WatchesA carioca Touch Watches, dos empresários Marcelo Di Giorgio e Marcelo Amado, abriu as portas da sua primeira loja, especializada na venda de relógios, em abril de 2009. Antes de completar o primeiro aniversário, a empresa ostenta 36 pontos de venda - todos em shopping centers -, dos quais apenas três pertencem aos fundadores, sendo o restante de franqueados. Os relógios da Touch, presentes em dez Estados e no Distrito Federal, custam de R$ 60 a R$ 200 e são focados nos públicos das classes B e C. Com o sucesso em território nacional, Di Giorgio e Amado resolveram investir na internacionalização da rede. Em abril, serão inauguradas duas lojas em Barcelona, na Espanha, e uma em Milão e Roma, na Itália, também no sistema de franquias. A projeção de faturamento da empresa para o primeiro ano inteiro de operações é de R$ 40 milhões. FRANQUIASFalta de audiência públicaameaça pregões dos Correios Depois de passar um longo tempo preparando a licitação para agências franqueadas, os Correios estão assistindo a Justiça embargar mais de 80% dos pregões por causa de erros no edital. Em nove Estados - Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Pernambuco, Paraíba, Ceará e Santa Catarina - a paralisação é total. Mais de mil agências franqueadas nesses Estados conseguiram liminares suspendendo a licitação. Uma das irregularidades apontadas pelo Judiciário é a falta de audiências públicas, como determina a lei.TRIBUTAÇÃOSistema da Receita irrita empresários de São Paulo A barafunda tributária brasileira, que permite, por exemplo, que o pagamento de 25 impostos federais, estaduais e municipais coincidam no mês de março, somada à ineficiência do sistema de informática da Receita Federal (RF), levou o Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e de Assessoramento no Estado de São Paulo (Sescon/SP) a encaminhar um ofício a Geraldo Cartaxo, titular do órgão, para que seja mudado o cronograma atual. "Os empresários não deixam tudo para última hora", diz José Chapina Alcazar, presidente do Sescon, que pede a suspensão das multas aplicadas. "O sistema fica fora do ar mesmo antes do prazo."RETORNO"Grandes corporações entraram em colapso. Isso pode acontecer a qualquer momento, até mesmo conosco"Lee Kun-heeQUE VOLTA AO COMANDO DA SAMSUNG APÓS TER SIDO CONDENADO, EM 2008, POR EVASÃO FISCAL E INDULTADO PELO PRESIDENTE LEE MYUNG-BAK, DA COREIA DO SUL, SOBRE OS DESAFIOS À FRENTE DO GRUPO

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