“A prometida greve geral só terá sucesso se a produção de memes também for interrompida”. Este aviso foi compartilhado nesta quarta-feira, 26, por diversos perfis do Twitter e do Facebook – mostrando que algum humor ainda ousa resistir ao campo minado e ideológico das redes sociais.
A paralisação de sexta-feira, 28, trouxe de volta o velho Fla x Flu, o Coxinhas x Mortadelas de período pré-impeachment. Agora, quem se posiciona contra a greve tenta diminuir o movimento dizendo que ele servirá como “emenda de feriado” e que serve aos interesses do Lula e do PT. Por outro lado, os apoiadores do movimento afirmam que estarão nas ruas para defender os direitos dos trabalhadores e aposentados.
Não faltam postagens acusando o movimento de “político” e de apenas servir o interesse dos sindicatos. Na esteira dessa crítica, alguns internautas questionaram se, por acaso, as reformas da Previdência e trabalhista estariam sendo propostas por “motivos futebolísticos”.
Outra postagem em destaque foi a de um perfil de humor bastante popular no Twitter, o Joaquin Teixeira (que se descreve como aposentado e humilde): “Dia 28 vamos todos aderir à greve geral – disse Lorenzo, 26 anos, desempregado, fuma maconha e mora com a mãe em Brotas-SP”. Apesar do evidente tom humorístico, o argumento de que só “desempregados e desocupados” apoiam o movimento foi difundido entre aqueles que não apoiam a paralisação.
A discussão da greve geral também contaminou o mundo da cultura pop nas redes sociais. Houve quem afirmasse que a cantora Katy Perry “está claramente contra a greve geral porque vai lançar um novo single no dia 28”. Outros escreveram que a greve seria um bom motivo para ouvir o novo cd do grupo Gorillaz – que também será lançado na sexta.
Mas o fato artístico que mais rendeu comentários e memes foi o show adiado da cantora Gal Costa na Concha Acústica do Teatro Castro Alves. O próprio Facebook do teatro anunciou que o espetáculo foi adiado pela expectativa da greve.
Na hashtag greve geral, espalhou-se um versinho, acompanhado de um desenho representando uma bruxa: “Dente de rato/ frango de padaria/ quem não aderir a greve na sexta/ ficará sem aposentadoria”.
Alunos de escolas públicas e particulares também entraram na onda do embate político das redes sociais. Enquanto uns comemoravam o dia de folga, outros se diziam felizes por ter mais tempo para estudar para determinada prova. No caso dos estudantes, a briga virtual repetia o padrão nacional. Ou seja, “coxinhas” versus “mortadelas” e suas variações.
Algo que uniu diversos pontos de vista foi a palavra paralisação. Não faltou quem escrevesse com “z” em seus textões de Facebook ou nos 120 toques do Twitter. O fato é que o erro foi democrático e pode ser encontrado entre aqueles que são contra e a favor da “paraliZação”.
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