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A recuperação industrial depende de São Paulo

A indústria paulista cresceu 1,5% entre maio e junho, acima do aumento médio da produção do setor secundário no País, de 1,1%

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Por Redação
Atualização:

A indústria paulista cresceu 1,5% entre maio e junho, acima do aumento médio da produção do setor secundário no País, de 1,1%, segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional do IBGE. Em alguns Estados e na mesma base de comparação, o crescimento foi maior, mas São Paulo não só é o carro-chefe da indústria, como, em especial, o comportamento local costuma antecipar uma reação generalizada do setor - e esta seria, de fato, uma perspectiva alvissareira. Ainda mais porque entre o primeiro e o segundo trimestres de 2016 o crescimento dessazonalizado atingiu 1,2%, indicador não desprezível após dois anos de contração quase ininterrupta. E, além disso, porque a indústria continuou a crescer em julho, como projeta a Tendências Consultoria. Das 14 regiões pesquisadas pelo IBGE, houve crescimento em 9, estabilidade em 1 e queda em 4. Além de São Paulo, cresceu a produção industrial do Rio de Janeiro (5,7%), de Santa Catarina (5,4%), do Rio Grande do Sul (4,6%) e do Paraná (3,5%), entre os Estados onde o setor é mais desenvolvido. Em períodos de 12 meses, a indústria paulista caiu 11%, acima da média nacional de 9,8%, mas no primeiro semestre o recuo de São Paulo (8,6%) já foi inferior à média do País (9,1%). Ainda menos ruim foi a comparação entre junho de 2015 e junho de 2016, quando a indústria brasileira caiu 6% e a de São Paulo, 3,1%. O maior crescimento da indústria foi registrado nos setores de couro, artigos de viagem e calçados (+10,8% entre maio e junho), confecção de artigos do vestuário e acessórios (+9,8%), veículos automotores, reboques e carrocerias (+8,4%) e produtos de fumos (+7,2%). Cresceu em ritmo menor a produção de perfumaria, sabões e produtos de limpeza, metalurgia e itens farmoquímicos e farmacêuticos. Houve, portanto, melhora generalizada da produção, beneficiando 19 itens. Apenas 6 setores caíram (indústrias extrativas; coques e produtos derivados de petróleo e biocombustíveis; alimentícios; celulose e produtos de papel; bebidas; e outros equipamentos de transporte). Há um ano, a situação era bem diferente da atual: a indústria paulista, que pesa cerca de 40% na produção do País, caía mais do que a média nacional. Mas a perspectiva negativa daquele momento foi substituída, hoje, por projeções mais otimistas. Mesmo economistas mais rigorosos já começam a admitir que o ciclo recessivo está terminando, embora prevejam retomada lenta.