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A saída para os apagões está nos investimentos

Por Silvio Areco
Atualização:

Existem dois temas que dizem respeito a coisas críticas do setor elétrico que muitas vezes são postos juntos e a muitos confundem: racionamento e apagão. O primeiro é caracterizado pelo desequilíbrio entre oferta e demanda, desequilíbrio este que perdura, não é momentâneo e nem de curta duração. Nessas situações, há demanda dos consumidores, mas falta fôlego do sistema para o atendimento. Já o apagão é a quebra da continuidade no fornecimento de energia devido a alguma falha técnica, que leva à sequência de indagações clássica:s foi só aqui? Vai demorar para voltar? Essas ocorrências são causadas tanto por falhas de operação e superação dos riscos projetados como por modificações nas características históricas das condições de operação: novas intensidades das tempestades. Já o racionamento - aquele pra valer, que perdurou por oito meses e que está fazendo 10 anos - foi decorrente do descompasso entre o que deveria existir e não existia. Aprendeu-se muito com a crise, inclusive que devemos nos manter sempre em alerta para a questão da energia, sem se acomodar.Não podemos, ainda, nos acomodar diante da ocorrência dos apagões. Apesar de muitas causas estarem aquém do nosso controle, como os eventos climáticos, não se pode descuidar dos investimentos. É importante aprimorar o sistema e fazer com que eventuais imperfeições sejam corrigidas. O desafio é da mesma proporção da dimensão dos sistemas de distribuição e transmissão: enorme. Não tem como fugir de investimentos em dispositivos para dar proteção, manutenção de equipamentos e treinamento de pessoal. Mas também é importante atentar para dois pontos: nada é 100% eficiente, nunca será. É possível melhorar os níveis de desempenho, mas nunca se terá garantia de segurança total. O segundo ponto é que os investimentos têm de ser aderentes às condições de pagamento dos consumidores. O binômio qualidade/ modicidade tarifária impõe um desafio importante no sentido de torná-lo realmente eficiente. Tarifas altas andam na contramão da competitividade. Sendo assim, um dos aspectos importantes é a redução da carga tributária que pesa sobre o consumidor.DIRETOR EXECUTIVO DA ANDRADE & CANELLAS

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