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A segunda vida da Subway no Brasil

Por Clayton Netz
Atualização:

Marino quer tomar do McDonald's a liderança do fast-food no Brasil/ Foto: Hélvio Romero/ AE

 

Depois de um amargo fracasso na primeira tentativa de estabelecer-se no Brasil, a rede americana de restaurantes Subway mudou sua fórmula de negócios e está conseguindo crescer a uma taxa média de oito lojas por mês. Saiu de cena o master franqueado brasileiro que vivia em pé de guerra com os parceiros para dar lugar aos agentes de desenvolvimento regionais, executivos da Subway encarregados da venda de franquias e da supervisão das lojas - há dez deles na rede. Idem para as lojas enormes, que ficavam às moscas e foram substituídas por unidades menores, com área entre 32 e 150 metros quadrados.A Subway, que chegou a ter 52 lojas em seus melhores momentos, na década de 1990, foi definhando até reduzir-se a apenas duas unidades em 2002, quando iniciou a reestruturação. A rede espera terminar este ano com 500 unidades e um faturamento de cerca de R$ 350 milhões, atrás apenas do Bob"s e do McDonald"s, vice-líder e líder do mercado brasileiro de fast-food. Não por acaso, o americano Brian Marino, diretor para a América Latina e Caribe da Subway, passa cada vez mais tempo no Brasil, atualmente o 7º maior mercado da companhia, que no ano passado faturou US$ 13 bilhões no mundo, em suas 32 mil lojas. No radar de Marino se destaca uma meta que é quase uma obsessão: tomar a liderança do McDonald"s como a maior rede de fast-food em número de lojas no Brasil. "Seremos os líderes do setor até a Copa do Mundo de 2014, com mais de 1100 pontos", diz Marino. "Até lá, o Brasil vai passar a figurar entre os nossos maiores três mercados no mundo." Um dos motores da expansão da Subway tem sido o acelerado crescimento do mercado nordestino. Em 2009, a unidade de negócios composta pelas regiões Norte e Nordeste foi responsável por 20% do crescimento no número de lojas do País. "Algumas de nossas lojas com a maior rentabilidade no mundo estão no Nordeste", afirma Marino. Mas a rede dos sanduíches à base de baguete não deseja apenas inaugurar mais franquias. O novo objetivo é atrair consumidores da classe C, ampliando a rentabilidade das unidades. "Estamos desenvolvendo novas opções para nossos franqueados aumentarem seus lucros", diz Marino. Entre elas está o café da manhã com pão de queijo e o brigadeiro, que vai juntar-se aos tradicionais cookies, reforçando o time de sobremesas. "Tentamos nos adaptar à cultura local", diz Marino. "Não estamos aqui para vender cheesecake." Com promoções, como a vigente Barato do Dia, na qual o sanduíche custa R$ 5,95, a rede tem obtido aumento de penetração nas camadas populares. "Conseguimos elevar em mais de 10% nossas vendas com essa promoção", diz Marino. "Passamos a atingir pessoas que não costumavam frequentar a Subway."Marino está convencido de que a época de vacas magras que a Subway viveu no começo da década no Brasil não deve se repetir. Segundo ele, a estratégia iniciada em 2003, com a entrega do gerenciamento da marca e do relacionamento com os franqueados aos agentes de desenvolvimento regionais, foi a chave para reverter a situação de penúria. "Tínhamos um modelo de gestão centralizado, com o tipo errado de lojas, e isso não podia dar certo", diz. "Nosso sistema de negócios funciona muito bem quando aplicado da maneira correta e isso está acontecendo agora."SETOR IMOBILIÁRIOO mau humor do pregão fustiga as empresas O mau humor dos investidores, que recrudesceu na esteira da crise da Grécia, aumentou ainda mais a má vontade do mercado com as empresas do setor imobiliário listadas na Bovespa, acentuando a tendência negativa iniciada no segundo semestre de 2008. Nada menos do que 16 das 25 companhias que fizeram IPO desde 2006 registram queda em suas ações em relação ao valor obtido na data de lançamento. Seis delas (Inpar, Cr2, JHSF, CC, GeneralShopp e Brookfield) tinham perdido até o pregão do último dia 20 de maio mais do que a metade do seu capital - o caso extremo é o da Inpar que sofreu uma desvalorização de 86,5% .Hora da verdadePara os analistas, essa queda coletiva é resultado de uma reação à euforia que tornou o pregão extremamente benevolente com as construtoras e incorporadoras, no embalo do êxito obtido pelos IPOs pioneiros, como os da Gafisa, PDG Realty e BR Malls. "Foi uma bolha que ocorreu", disse à coluna um analista-sênior de um dos maiores bancos nacionais. "Chegou a hora da verdade." No entanto, segundo esse mesmo analista, no médio prazo as perspectivas são favoráveis para as empresas imobiliárias, que deverão recuperar uma boa parte do que perderam até aqui. Contribuem para o otimismo o desempenho esperado da economia daqui para a frente, a abundância de crédito e os programas habitacionais como o Minha Casa, Minha Vida. SANOFI & MEDLEYCasados, mas em casas separadas A compra do laboratório Medley pelo francês Sanofi-Aventis, aprovada na semana passada pelo Cade, deu lugar ao maior grupo farmacêutico em atividade no País, com 11,3% de participação no mercado nacional de medicamentos, no valor de US$ 15,4 bilhões no ano passado. O grupo, no entanto, vai manter as duas empresas separadas, com marcas, fábricas, pessoal e direção próprias. No caso do Medley, por sinal, haverá a mudança no primeiro escalão: o lugar de diretor-geral será assumido por Décio de Caro, um brasileiro que até recentemente dirigia as operações espanholas da Sandoz. De Caro se reportará a Heraldo Marchetti, presidente da Sanofi-Aventis no Brasil, que passa a sediar a maior operação do grupo fora da França. FEIRA Turquia quer ampliar negócios com o BrasilCerca de 5.500 empresas se credenciaram para participar da Expo Turquia, que acontece de 26 a 29 de maio, no Anhembi, em São Paulo, com a participação de 150 expositores de 16 setores-construção, alimentos, logística, turismo, transporte, telecomunicações e automotivo, entre outros. De acordo com Mustafa Kopucu, cônsul-geral da Turquia no Brasil, uma parceria entre a Petrobrás e a Agência de Petróleo da Turquia está prestes a ser assinada. Os turcos estão interessados, ainda, em realizar negócios com a Embraer, na área de defesa aérea. EXPORTAÇÃOPub inglês terá vinho brasileiro na cartaA vinícola Rio Sol, instalada em Perolina, no Vale do São Francisco, em Pernambuco, foi escolhida para representar o Brasil no projeto Copa do Mundo, do Wetherspoons, maior rede de pubs do Reino Unido. O Rio Sol Cabernet Sauvignon e Shiraz foi o rótulo escolhido para entrar na carta de vinhos das 700 unidades da rede espalhadas pela região. Além da marca nacional, que deverá vender 21 mil garrafas para os ingleses, outros cinco países campeões mundiais de futebol (Inglaterra, Itália, França, Argentina e Alemanha) foram convidados a participar do projeto. O negócio foi fechado na London International Wine Fair, na semana passada.

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