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A situação do emprego tem efeitos no comércio interno

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Por Redação
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A demanda doméstica depende de dois fatores essenciais: do nível do emprego e da remuneração dos assalariados. A Pesquisa Mensal do Emprego do mês de junho, que o IBGE divulgou ontem, mostra que os dois fatores continuam altamente favoráveis e que o rumo da demanda somente poderá ser modificado pela política monetária, que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), a ser tomada no fim da tarde de hoje, definirá.As queixas da indústria e do comércio indicavam que haveria aumento do desemprego nos dois setores. Não é o caso: a pesquisa do IBGE, que abrange apenas seis regiões metropolitanas - as mais importantes em termos da atividade econômica -, mostra que a população ocupada (22,4 milhões, em junho) não variou em relação a maio e tem mais 512 mil pessoas do que em junho de 2010, isto é, mais compradores potenciais. O número de desocupados (agora 1,5 milhão) diminuiu em 172 mil pessoas ante junho do ano passado.É uma situação de quase pleno emprego, que acarreta duas consequências importantes: favorece a obtenção de melhorias salariais, no momento em que se discutem os novos dissídios, e criará uma pressão sobre a demanda que pode se tornar inflacionária, se não for acompanhada de um processo de aumento proporcional da produtividade.A situação do emprego varia conforme os setores de atividade. Os maiores aumentos em relação ao mês anterior ocorreram nos serviços prestados a empresas, na atividade imobiliária e intermediação financeira (4,5%) e na construção (2,6%); os menores, nos setores de educação, saúde e administração pública (-2%), assim como nos serviços domésticos. Na indústria e na distribuição de energia, água e gás houve aumento de 0,68%.O rendimento por grupamento de atividade na análise mensal (que depende das datas de ocorrência dos reajustes) mostra que o setor do comércio teve o maior reajuste (4,9%), o dos serviços domésticos teve 2,8% e o dos serviços direta ou indiretamente ligados ao governo, 1,3%. No entanto, para melhor avaliar o impacto sobre a demanda doméstica, parece-nos que o melhor referencial é o rendimento efetivo real obtido no mês anterior ao da realização da pesquisa: mostra um crescimento de 9,2% em 12 meses, que nos dá ideia de como a demanda vai ser afetada.Temos aí um quadro, para essas regiões, dos fatores que explicam a evolução da demanda, lembrando, ainda, que a atividade rural - não incluída na pesquisa - não é desprezível, dado o aumento de preços agrícolas.

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