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A taxa de juro hoje é individual e depende do perfil do consumidor

Para o diretor da área de veículos do Itaú Unibanco, Rodnei Bernardino de Souza, porém, o que ajudará no crescimento é a melhora da economia

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A indústria automobilística projeta alta de 9,4% nas vendas deste ano contando com juros baixos e mais disponibilidade de crédito bancário. Para o diretor da área de veículos do Itaú Unibanco, Rodnei Bernardino de Souza, porém, o que ajudará no crescimento é a melhora da economia. O banco perdeu em 2012 a liderança do mercado em financiamentos e pretende recuperar o posto com novas estratégias.

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Vai ter mais crédito este ano?

Não vejo movimento significativo de aumento de apetite para liberação de crédito. A economia melhorou, o cenário é mais saudável com juros menores e inflação baixa, e é isso que ajudará o mercado. Falta ainda o desemprego cair e a renda melhorar. Os bancos estão dispostos a emprestar, mas de acordo com o perfil do cliente para evitar o que ocorreu entre 2010 e 2012, quando houve a bolha de crédito. Quando explodiu, a inadimplência disparou.

Rodnei Bernardino de Souza,diretor do Itaú Unibanco Foto: Itaú

Como é avaliado o perfil do cliente?

Temos programa de inteligência de crédito e precificação que verifica o histórico do cliente, se é bom pagador, se a renda condiz com o valor do carro, incluindo gastos com manutenção, impostos e desvalorização. Com isso, além de termos segurança no retorno do financiamento podemos aplicar taxa de juro ajustada ao cliente. A taxa hoje é individual. 

O que mudou desde a bolha?

A partir de 2012 tivemos de fazer escolhas doloridas para reduzir o risco do crédito. Passamos a definir o cliente com o qual vamos trabalhar. Só financiamos carros com até oito anos – antes ia até 15, 16 anos; reduzimos de 20 mil para 13 mil o número de lojistas com os quais atuamos; exigimos entrada média de 40% do valor do carro – antes variava de zero a 30%; e o prazo médio é de 42 meses – houve período em que chegava a 70 meses. Saímos do leasing e, com motos, só atuamos no segmento premium.

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Essa estratégia está dando certo?

Buscamos nos encaixar como a melhor opção no mercado em que atuamos. Fizemos pesquisas para investigar como é a jornada de compra e venda de carros. Fomos à Europa, China, EUA e países da América do Sul para ver como fazem. Encontramos muitas dores nessa jornada e resolvemos algumas, como acabar com o formulário com 120 campos a serem preenchidos pelo interessado em crédito no nosso portal, o iCarros. Hoje basta o CPF. Estamos investindo em tecnologia e inteligência analítica. Queremos ser referência em solução financeira para a mobilidade.

Mas o que ocorreu com a participação do banco no financiamento de veículos?

Éramos líderes até 2012 e hoje estamos em terceiro lugar. Estamos crescendo fortemente e, com nossas estratégias, temos convicção de que vamos reassumir o posto.

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