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À venda, Ponto Frio tem queda de 64% no lucro

Por Patricia Cançado e Daniele Carvalho
Atualização:

Um dia após anunciar a contratação do Goldman Sachs para vender o seu controle, a rede Ponto Frio apresentou ao mercado um resultado financeiro fraco. O lucro líquido, de R$ 32 milhões, despencou 64,2% em relação ao ano anterior, e as vendas nas lojas com mais de um ano de funcionamento caíram 0,5%. A receita líquida total cresceu quase 10% no ano e atingiu R$ 3,7 bilhões. A companhia culpou a crise financeira internacional, que freou as vendas de eletroeletrônicos no quarto trimestre, pelo desempenho ruim no ano. A dificuldade do Ponto Frio em melhorar seus números é apontada como um dos motivos que teriam levado a família Safra a colocar a rede à venda de novo. "Se não conseguiram ?virar? em 2007 e 2008, que foram anos bons para o varejo, dificilmente vão ter sucesso em 2009 e 2010", diz uma fonte. O Ponto Frio iniciou uma reestruturação no segundo semestre de 2007, com a contratação de Manoel Amorim, tirado da Telefônica a peso de ouro. Em janeiro deste ano, o Goldman Sachs começou a testar o apetite dos compradores. Procurou redes de varejo e fundos de private equity. O BTG, do banqueiro André Esteves, teria se interessado pelo negócio. Embora tenha R$ 1,7 bilhão em caixa e seja apontado como forte candidato à aquisição, o Pão de Açúcar está mais interessado em compras na área de alimentos, segundo pessoas próximas à companhia. A Lojas Americanas, outra potencial compradora, encerrou 2008 com disponibilidades totais de R$ 3,06 bilhões e um endividamento de curto prazo de R$ 1,9 bilhão. Já o Wal-Mart poderia levar apenas se for para tocar como um negocio autônomo, com vida própria, acredita uma fonte próxima à rede. Esse não é um bom momento para venda. Na Bolsa, as ações do Ponto Frio valiam cerca de R$ 700 milhões na sexta-feira. Os papéis já caíram 61,7% desde o dia 1º de setembro "O grupo de controle não precisa vender. Se o preço oferecido não for bom, ele espera", diz uma fonte próxima à rede.

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