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A volta da TR e a captação nas contas de poupança

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Por Redação
Atualização:

Reduzida a zero desde meados do ano passado, a Taxa Referencial de Juros (TR) voltou a valor positivo em 20 de junho último. É um estímulo a mais para os depósitos em contas de poupança, que registraram, no mês passado, captação líquida de R$ 9,45 bilhões, englobando as contas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), cujos recursos são destinados à habitação, e às "cadernetas rurais" do Banco do Brasil, que carreiam recursos para o setor agropecuário. A TR é também um ônus para os devedores, por exemplo, do SFH ou do BNDES. A TR é calculada com base na remuneração paga pelos bancos aos aplicadores em certificados de depósitos (CDBs), menos um redutor determinado diariamente pelo Banco Central. Em 20 de junho, a TR foi de 0,0109% e será aplicada sobre os depósitos de poupança que vencerão em 20 de julho. Depois de 20/6, a TR também ficou positiva nos dias 24 de junho, 1.º, 2 e 3 de julho - e tende a aumentar com novas altas da taxa básica de juro.Até agora, a captação das cadernetas contrastou com a renda de 3,04% paga aos depósitos antigos e de 2,56%, aos depósitos a partir de 4 de maio de 2012, quando as regras foram alteradas. Nos dois casos, trata-se de renda negativa em relação à inflação oficial (IPCA, de 3,15%, no primeiro semestre). No período, as únicas aplicações que propiciaram retorno acima da inflação foram as corrigidas pelo dólar, que valorizou 8,44%, em termos brutos. O forte ingresso de recursos na poupança está associado ao ambiente de incertezas em relação a outras aplicações, inclusive em títulos públicos, cuja renda foi menos atraente. Os papéis públicos têm de ser marcados pelo valor de mercado. Assim, muitas carteiras tiveram desvalorização, tanto real como nominal. Neste ano, os depósitos em cadernetas destinados à habitação registraram um aumento líquido de quase R$ 20 bilhões, com crescimento de 5,14% no semestre. No ano passado, a captação líquida das cadernetas no SBPE chegou a R$ 37,2 bilhões, dos quais R$ 6,8 bilhões em dezembro - um recorde, quando se exclui a caderneta rural.As cadernetas propiciam recursos para o crédito imobiliário - que aumentou 29,7%, entre os primeiros cinco meses de 2012 e 2013, e 14% nos últimos 12 meses, até maio, comparativamente aos 12 meses anteriores. Até o número de unidades financiadas, que mostrava queda, cresceu 10,9% entre janeiro e maio, em relação a igual período de 2012.

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