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AABIC: sobretaxa encarecerá condomínios

Mesmo se atingirem a meta de economia, edifícios gastarão 120% a mais de energia elétrica na comparação com a média de maio, junho e julho de 2000. Com a sobretaxa, o valor do condomínio pode subir até 17,55%.

Por Agencia Estado
Atualização:

Levantamento realizado pela Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC) revela que as medidas de racionamento de energia elétrica anunciadas pelo Governo Federal poderão provocar um aumento de até 17,55% nas cotas de condomínios pagas pelos moradores de edifícios residenciais na capital paulista. Mesmo se os síndicos conseguirem atingir a meta de redução de 20% de energia, as sobretaxas de 50% sobre o consumo mensal entre 200 kWh e 500 kWh e de 200% para quem consumir mais do que 500 kWh acarretarão grande acréscimo: em média, 120% a mais na conta de luz dos condomínios, na comparação com os gastos de maio, junho e julho do ano passado. Naquele trimestre, os condomínios residenciais tiveram uma despesa mensal média de R$ 1.020,00 com o consumo de energia elétrica das áreas comuns - excluindo-se os gastos nos apartamentos, cuja cobrança é individualizada. O valor equivale a um consumo mensal de 4.250 kWh. Para atingir a meta de 20%, a média de consumo terá de cair para 3.400 kWh. Mesmo assim, mantendo-se o entendimento atual das propostas governamentais, 300 kWh desse total seriam sobretaxados em 50% e outros 2.900 kWh, em 200%, fazendo com que a despesa mensal média de um condomínio suba para R$ 2.244,00. Dessa forma, a participação porcentual do item "energia elétrica" nas despesas totais dos edifícios pularia dos atuais 6,5% para 12,6%, onerando as cotas condominiais em 7,07%. "Se não houver economia, cada morador poderá ter de pagar 17,55% a mais de condomínio apenas por conta dos gastos com energia, além do risco do corte de luz por três dias nas áreas comuns do prédio", afirma o diretor de Condomínios da AABIC, Claudio Felippe Anauate. Para Anauate, os condomínios dificilmente conseguirão atingir a meta de redução determinada pelo governo. "Há muito que os síndicos estão investindo na redução de custos dos edifícios com energia. Hoje, boa parte dos prédios possui sensores de presença nos corredores e garagens, sistemas individuais de minuteria nos andares e elevadores que obedecem a um só comando de chamada por vez", afirma o diretor da AABIC. "Mesmo com novas medidas de economia, a redução média chegará a apenas 10%", avalia.

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